quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Porque você me parece um conto de Caio. Desgrenhado, vivo. Absorto em suas viagens, sozinho na sua música. Porque hoje eu dividi o cigarro, mas queria apenas te dizer:
- Já leu Retratos?

Queria apenas te dizer que me imagino ali, que te imagino ali. Mas você nunca oferece o serviço, e eu nunca tenho corgem de te querer mais perto. Apesar de sempre procurar nos bolsos a moeda. Essa coisa de você ser assim distante perto, excitantemente passageiro. Essa coisa de eu ser assim totalmente lerdo. Será que vai acabar nos levando a algum lugar? Ou apenas vou ficar ao teu lado esperando a próxima palavra, a próxima bibliografia. É, eu sei que ando te duplicando. Deve ser desejo, vontade, tédio. Mas não, eu queria mesmo desvendar esse caminho, eu gosto dessa coisa de enigmas, essa coisa que cheira a mofo, livros velhos e muita leitura. Eu gosto muito de você. E seria tão mais fácil se você facilitasse o nosso caminho. Seria mais fácil que você não frustasse essa expectativa. E fosse logo ao retrato. Mesmo que no fim da semana eu constatasse que ando envelhecendo. Eu já me sinto velho, cara! Mas você bem que poderia salvar pelo menos uma semana dessa vida. Você poderia colorir todas as manhãs? Posso realmente te esperar na janela? Eu levo os cigarros, o café, e todos os Bob's que peferir. Mas se você sumir, ao menos deixa um aviso na portaria, escrito bem assim:

- Não, não li esse conto!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Coisas inconscientemente ditas.

Eu tentei trocar as fichas, apostar em outras viagens. Tentei te excluir desse jogo e acabei ganhando alguns pontos. Hoje não me doi mais as mesmas palavras, hoje tuas atitudes não tem peso. Tenho me relacionado melhor com o mundo, tenho entendido a natureza. Estou até mesmo vencendo alguns medos, traçando alguns planos que você não incentivava, me reconhecendo no movimento. E essa distância me faz te conhecer melhor, bicho verme! Te vejo como eu, egoísta, mimado, te vejo humano, fraco. E gosto de te atestar imperfeito. Você está morrendo, eu sinto. Não conto mais os dias de ausência, não conto mais tuas grosserias. Estão florescendo outros amores com a primavera. Eu troquei o disco, mudei de foco, então pode continuar inconscientemente me sabotando, eu não ligo! Eu não queria que fosse assim, mas já que é, deixa ser. Sem respeito, sem cautela, sem lembranças, sem cuidado. Deixa acontecer, com o esquecimento eu supero. Já que com as dores eu não aprendi, com a ausência quem sabe, não dê certo?