terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Ah! Como sonhar com recomeço é bom, Tem cheiro de éter e de asfalto molhado, que penetra em minhas narinas fluentemente. Ano novo Ano novo. Apaga as desgraças do ano que passou e renova minhas promessas pro novo ano que chega! Traz as lembranças dos velhos amigos e promete a minha criança interna novos amigos, novos projetos! Teatro, teatro teatro: mesmo que seja em carroças como na idade média, mas teatro, doses cavalares de teatro é o que peço. Não amor, já esperdiçei aos tubos os amores e seria ingratidão e egoísmo teu te pedir mais, afinal, único amor me basta e esse não me serve, foi feito com a gola mais apertada e não consigo por minha cabeça! Quero voltar a voltar!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

è só vontade de escrever sobre este ano torto e azedo que se apresentou egocêntrico, cinza e arrependimento(s). Se pudesse apagar alguns momentos e permanecer sucumbindo a tantos outros. Ano de perdas inestimáveis - não mortes, mas amores, amizades. - Ano sem fé, pois não ter fé é estar sozinho e estive só, ou ao menos, ao lado de companhias não tão agradavéis. Não tão felizes. Ano seco, escasso, apesar de produtivo artistíco e financeiramente. Mas infrutífero humanamente. Não vejo mais as necessidades politicas-infantis pesarem em minha mente, não existe mais os sonhos e os projetos a serem traçados. Não existem amores nem amoras apodrecidas, nem redações de fim de ano, nem vontade de escrever. Apenas ar, nessa redoma de vidro!

domingo, 28 de dezembro de 2008


Diga Sim Para Mim
Isabella Taviani
Composição: Isabella Taviani
Eu pensei em comprar algumas flores

Só pra chamar mais atenção

Eu sei, já não há mais razão pra solidão

Meu bem, eu tô pedindo a sua mão

Então case-se comigo numa noite de luar

Ou na manhã de um domingo a beira mar

Diga sim pra mim

Case-se comigo na igreja e no papel

Vestido branco com bouquet e lua de mel

Diga sim pra mim

Ahhh , Sim pra mim

Eu pensei em escrever alguns poemas

Só pra tocar seu coração

Eu sei, uma pitada de romance é bom

Meu bem, eu tô pedindo a sua mão

Então case-se comigo numa noite de luar

Ou na manhã de um domingo a beira mar

Diga sim pra mim

Case-se comigo na igreja e no papel

Vestido branco com bouquet e lua de mel

Diga sim pra mim

ahh Sim pra mim

Prometo sempre ser o seu abrigo

Na dor, o sofrimento é dividido

Lhe juro ser fiel ao nosso encontro

Na alegria,a felicidade vem em dobro

Eu comprei uma casinha tão modesta

Eu sei, você não liga pra essas coisas

Te darei toda a riqueza de uma vida

O meu amor

Então case-se comigo numa noite de luar

Ou na manhã de um domingo a beira mar

Diga sim pra mim

Case-se comigo na igreja e no papel

Vestido branco com bouquet e lua de mel

Diga sim pra mimSim pra mim

Case-se comigo

Case-se comigo

Case comigo meu amor

Case-se comigo

Case-se comigo

Case comigo meu amor

sábado, 27 de dezembro de 2008


Só eu sei teu nome mais secreto
Só eu penetro em tua noite escura
Cavo e extraio estrelas nuas
De tuas constelações cruas

Abre–te Sésamo! – brado ladrão de Bagdá

Só meu sangue sabe tua seiva e senha
E irriga as margens cegas
De tuas elétricas ribeiras,
Sendas de tuas grutas ignotas

Não sei, não sei mais nada.
Só sei que canto de sede dos teus lábios
Não sei, não sei mais nada.



(adriana Calcanhoto)

Surpresa boa! Orkut bom! Tanta coisa pra dizer, e pouca concatenação nessa caixa cerebral. Acho que vou dizer tudo meio assim mesmo, como flechas disparadas contra as nuvens. Ontem deparei-me com o horóscopo, que dizia assim: "Tiraste a carta do amor: tens sorte nesse quesito, só que terá que optra entre dois amores. Eu não tenho que optar, os amores que devem optar por mim. Andam ocupados com outros amores que não conheço! Meu antigo amor continua cada dia mais admirável, e me sinto um nojo ao me aproximar, transpiras asco, e fico immové, com medo de qualquer outra reação. O novo amor é tão irreal, que se torna mera fantasia minha! Ah morfo amor! Queria apenas falar sobre teatro, commedia dell'arte e carroças!

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008


Não sei porque tanta confusão se depois eu nem me reconheço nas entrelinhas, e penso que nada aconteceu, deleto as fotos, as cores, evito os poemas que escrevi aqui no blog e a minha própria cara exposta no espelho. Pra quê recomeçar tudo de novo, se resulta apenas em arrependimento e depressão no final. Amorfo amor! Não mais amoras apodrecidas, agora mofo e só. Os olhos verdes seus, que tanto repugnava pela inconstância, e pela imprecisão: castanho-verde-claro. Agora esbugalha em outros olhos, dos quais não arranca palavras, nem ais. Bocejos apenas! Bocejos que não te bastam, nem param, nem corroem! É apenas silêncio e imaturidade!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Amor, meu grande amor! Não sei se os mosquitos têm me sugado o sangue suficiente, mas o seu texto me dilacera! Não tenho coragem nem de encarar a tua cara e a dele. Afinal construiu minhas esperanças ou devorou-as uma a uma?. A casa está de pé? Todo museu pede visitas! Como eu queria reescrever tudo e te livrar dos fugitivos de Vênus, Marte! Que poder ele exerce? Pra mim parece tão singular e minusculo. Mas de fato o mesmo nome que te persegue, me persegue agora, só que vem com olhos verdes, como os meus que eram tão seus. E se apresenta silenciosamente, com cara de amor impossível, que me fará sofrer deveras. Com um sim, com um não! Mansamente me consome, me faz parar, perder o ar, as estribeiras! Compartilhamos mãos e olhares à sombra de vela preta! E o cheiro do mal - já diria a Savanna - está entranhada na roupa! Na pele, nos pêlos e eu não paro de farejar, me apaixonando cada vez mais, enquanto repito conscientemente: não se apaixone, não se apaixone, não se apaixone. Você me fez feliz!E como! Estou aqui me pertecendo, e esperando o teu cerco afrouxar! Pois te amo! De uma forma ou outra te amo!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Qual chave abre essa porta
que te priva, te aprisona com correntes, feito as minhas
Prisão de tempos!

domingo, 21 de dezembro de 2008


Sinkin' Soon

Norah Jones

Composição: Indisponível

We're an oyster cracker on the stew,
And the honey in the tea,
We're the sugar cubes, one lump or two,
In the black coffee,
The golden crust on an apple pie,
That shines in the sun at noon,
We're a wheel of cheese high in the sky,
But we're gonna be sinkin' soon.

In a boat that's built of sticks and hay,
We drifted from the shore,
With a captain who's too proud to say,
That he dropped the oar,
Now a tiny hole has sprung a leak,
In this cheap pontoon,
Now the hull has started growing weak,
And we're gonna be sinkin' soon.

We're gonna be
Sinkin' soon,
We're gonna be
Sinkin' soon,
Everybody hold your breath 'cause,
We're gonna be sinkin' soon

We're gonna be
Sinkin' soon,
We're gonna be
Sinkin' soon,
Everybody hold your breath 'cause,
Down and down we go.

Like the oyster cracker on the stew,
The honey in the tea
The sugar cubes, one lump or two?
No thank you none for me.
We're the golden crust on an apple pie,
That shines in the sun at noon,
Like the wheel of cheese high in the sky
Well ... we're gonna be sinkin' soon

sábado, 20 de dezembro de 2008

"porque deu saudades"

Sensação estranha percorrendo e revirando as entranhas defloradas pelo ardor de um passado ausente. Eu nem sei a quem procuro nessas teclas, talvez eu devesse procurar a mim mesmo, o popular rídiculo das rodas, o insuficiente. Excluindo-se para sofrer na própria exclusão. Tão incomum. Decifra-te ou será devorado e não haverá sabor em nada disso, nem saber. Você não cansou de tentar ser?

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Tantas coisas nunca serão ditas. Minha mão não tocará mais seu rosto, arranhando a ponta dos meus dedos: você não me pertence mais.Não rasparei as suas digitais deles é a sobra que me resta. È agora do mundo. Dele. Daquele a quem quis pertencer depois de pertencer exclusivamente a mim, numa entrega intensa que me incomodava e me amedrontava. Talvez tenha sido a paixão demais, a sua subserviência, a certeza de uma felicidade não-comum, mas presente, sua-minha-nunca-nossa!
Eu que destruir a casa pré-fabricada que você construía com suas próprias mãos, cimento, ardor, enquanto eu ficava apenas ordenando que rabiscassem as paredes com poemas e sonetos de amor inexistentes. Acabei pintando tudo de preto e cinza e não sobrou nem um muro descascado para contar que ainda te amo, com uma força que brota da admiração, único embasamento consistente para o meu amor doente e manco. Sempre disseste as coisas em tempo certo. E apenas eu era o torto, o que ia na contramão mesmo tendo os mesmos objetivos. Porque eu sou insuficiente para mim mesmo, a tal ponto que não percebi que você me bastava, completava, podava. E desviava as minhas raízes peçonhentas para um terreno mais fértil. Seus poemas brotam sempre do estômago e perfuram esse pobre coração que só erra e se engana. Meus textos agora são apenas depressão e gordura.
E eu não acho aquele texto que te escrevi, ele cessaria essas lágrimas de conformidade que brotam das raízes que não seguiram aquele caminho proposto. Porque eu preciso provar para mim mesmo que eu alimentei – e aqui essa palavra me traz uma significação precisa – durante três semanas . Esse amor que depois pareceu tão seu, resignado.Porque eu, insatisfeito, queria que você lutasse mais por quem não merecia, que berrasse rompendo o tempo imposto. Perdi tempo tentando mostrar seus erros e não procurei os meus, porque sou egoísta, pequeno e orgulhoso. Eu sou mesmo feito de venenos e chagas. Eu sobro nas rodas, e parece que ando fugindo desse corpo arredondado.
Eu queria apenas voltar atrás, apagar tudo com as borrachas pretas que sumiram naquele casarão e que dissesse sim pra mim. Porque meio Medéia , só que indigna de tal termo eu matei nossas filhas não nascidas, e você as enterrou com vinho maravilha e baseados.Eu te maltratei como carrasco e agora me retribui todas as ofensas sutilmente, subliminarmente, tacitamente. Como as ideologias do romance. Você é uma ideologia que eu tive em mãos e sangue, e estraçalhei numa voracidade indigna.
Quando ele me apareceu senti medo daquelas baforadas angelicais e perfeitas, pensei que ele fosse roubar aquela paixão furtiva e inventada por mim com objetivo que não sei. Eu não podia imaginar que era a você que perdia dia após dia.
E algumas coisas me forçavam a humilhação temporária porque ainda respirava todas aquelas fantasias nossas, mas me recompunha com outras preocupações inferiores e não minhas. Você não vem mesmo e eu preciso esquecer toda essa história para progredir, pois não posso mais justificar minhas impossibilidades com paixões malfadadas.
Vou esquecer desconstruindo outra coisa destinada ao fracasso, e na virada, ao som dela eu vou esquecer da coisa mais importante desse ano, talvez a única. Afinal, eu esqueci as coisas importantes dos outros anos.18/12/2008

domingo, 14 de dezembro de 2008

Deixe eu tentar por a casa cerebral em ordem! Houve um surto de linguistica em minha vida, uma overdose de literatura feminina e Alina paim, tomada na veia. Até a fonologia me sacudiu um pouco, ouvi muito e falei pouco, mas mesmo assim me senti um tanto quanto propenso a todas essas questões que me martirizam. Tão burro!

sábado, 13 de dezembro de 2008

Fantasmas

"- Um passáro precisa de asas, pressão e ângulo que o direcione. Asas você já tem.
- Pressão você me impõe
- Só falta mudar o ângulo de sua vida!"

Os fantasmas voaram soltos e alguns satisfeitos, outros insatisfeitos, ameaçadores, outros ainda frios como não esperava encontrar! Mas todos voaram para bem longe, para não virar poesia em minha prosa decadente.

ba-te-ma-cum-ba-he-he-ba-te-ma-cum-ba-ô-ba

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Que saudade de ser criança levada e traquina depois de debutar na vida.
Que saudade da Aretha me tornando homem
Que saudade da Flávinha gritando.
Que saudade da dos venenos doce da Savanna
Que saudade da Carla completamente! (acompanhada ou solteira)
Que saudade das paredes do Cefet-se antes de pintarem tudo de amarelo
Que saudade da Isabella enquanto ela apenas me dizia "Fala, que eu gosto de te ouvir falando"
Que saudades dos textos repletos de "que" na madrugada adentro
Que saudade dos fracassos do Gia!
Que saudade de quando a Thaísa me tratava feito gente
Que saudade de acordar e ter saudades dos amigos
Que saudade de ter esperança na vida
Que saudade de não chorar facilmente (é preciso ser cômico agora!)

sábado, 6 de dezembro de 2008

sobre teatro e reticências



Aprendi que o olho do palhaço é o nariz. E isso não o torna um farejador. Talvez de risadas, sei lá. Mas ser palhaço nunca foi tão doloroso. Palhaço para mim sempre foi sinônimo de cárcere,aprisionados numa máscara branca que nunca soube o nome e chamava apenas de pó- mesmo associando pó, a poeira, e poeira a marrom -Mas de fato eles nunca me faziam rir, não sei se por causa do meu mau humor latejante, mas sempre foram sinônimos de tristeza infelicidade, e só conseguia digerir palhaços dramáticos. Eis que agora, o comediante me enfrenta autoritário e me provoca "Não és um ator?" Ligeiro me remexo, me demito e me odeio em responder "Não, não o sou. Não vês que todos os personagens que busquei fugiram de mim como notas de dinheiro que não disponho. Mesmo assim abusar, me jogar, me manter palhaço, taludo e ator me fez um bem imenso, e caso seja apenas isso é o bastante para harmonizar minha alma
Os planos teatrais continuam para terminar logo em seguida, mas me fazem bem... Voltarei para contar as novidades...
E te ofereci o assento, sem acentuar nenhum outro olhar destilado nos crredores enfadados. "Chega de dissimular e esconder o que não dá para disfarçar..." è o que cantam aos meus ouvidos, agora, enquanto tento traçar conscientemente o seu rosto britânico
E olho para o dedo do meu pé que entrou em contato com o dedo mínimo do seu, mas foi suficiente para que eu o seusangue circular involuntário no meu sangue. Num liquido meio sumo de manga devorada em interior na companhia dos primos
E o recuar do teu pé levando o dedo mínimo tão nosso, não me furtou a sensação de líquido-vermelho-secreção que até agora gruda no meu andar enquanto espero retorcido que retornes

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Neuras, amores e amoras apodrecida

Parem de me fazer perguntas simples! Não sei respondê-las. Elas me quebram e me retorcem: astigmáticas, corrosivas, insensíveis, incognoscíveis. E a cada vez que elas são espalmadas vorazmente em minha cara, me deparo com um dicionário não de palavras, mas sim de respostas prontas, que não sei manipular. Como um dicionário de latim,enquanto procuro palavras no nominativo da terceira declinação que... Não cessam! Os “que” não cessam, eles permanecem arraigados no grafite e escorrem no papel como secreções viscosas, tor-tu-r-antes .
Não! Esse vazio não é pós-moderno. Pós me lembra a depois e esse vazio é agora! Nesse instante, ao mesmo tempo em que faço promessa de lavar uma louça que não sujei e varrer um chão que não ando.
Eu não lembro de você, porque pedi aos deuses ar para respirar. Mesmo um ar sem cores e sem odor! Mas um arzinho nesta redoma que me separa deste teu mundinho tão –inho.
Mosqueado de interrogativas, permaneço estático e gordo. A acumular obsessões de obesidade que não se esvaem. E permaneces esbelta e(s)carnecendo os jovens gajos que fazem fila à sua frente e te oferecem palavras codificadas que você, tola e incoerente, não apreende.
Apreenda e aprenda a ser fêmea, nunca submissa, mas altiva, meio vagabunda, um tanto metódica e extremamente ardilosa. Não espere essas respostas que não sei formular de antemão.

domingo, 30 de novembro de 2008

Antes do Baile Verde - Lygia Fagunde Telles



- Os objetos

" Quando olhamos para as coisas, quando tocamos nelas é que começam a viver como nés, muito mais importantes do que nós" pg4

"Se ninguém nos ama, viramos coisa fora de uso, nenhuma significação" pg5

- Verde lagarto amarel

"Assim queria escrever, indo ao âmago do âmago até atingir a semente resguardada lá no fundo como um feto" pg10

"Precisava ficar´por perto, sempre em redor, me olhando. Desde pequeno, no berço já me olhava assim. Não precisava me odiar, eu nem pediria tanto, bastava me ignorar, se ao menos me ignorasse" pg 15-16

- Apenas um saxofone

"Aprendi com ele que palavrão em boca de mulher é como lesma em corola de rosa" pg 19

"Então as pessoas em redor podeerão ver como sou autêntica e ao mesmo tempo erudita, tão erudita que se quisesse podia dizer as piores bandalharias em grego antigo" pg19

"Onde?... Tenho um iate, tenho um casaco de vison prateado, tenho uma coroa de diamantes, tenho um rubi que já esteve incrustado no umbigo de um xá famosíssimo, até há pouco eu sabia o nome desse xá. Tenho um velho que me dá dinheiro, tenho um jovem que me dá gozo e ainda por cima tenhoum sábio que me dá aulas de dutrinas filosóficas com um interesse tão platônico que logo na segunda aula já se deitou comigo" pg 21

" É preciso variar as histórias Luisiana, o divertido é improvisar que para isso temos imaginação! É triste quando um caso fica a vida inteira igual..."

- A Chave

"Magô era jovem e os jovens gostam de cores fortes, principalmente os jovens que vivem em companhia de velhos, E que desejam disfarçar esses velho sob artificios ingênuos como meias de cores berrantes, camisas esportivas, gravatas alegres, alegria, meus velhinho, alegria" pg55

"Com ele aprendera que envelhecer é ficar fora de foco os traços vão ficando imprecisos e o contorno do rosto acaba por se decompor como um pedaço de pão a se dissolver na água" pg 58

Foi mal... Desaprendi a escrever! OFFF

terça-feira, 25 de novembro de 2008


No embalo da rede tenho dormido cerrado na fata de sonhos sonhados ao adormecer. Tenho me fartado apenas de ilusões que alucinam a minha casinha da árvore mental, e insistem em não transcenderem. Tudo transcede, sabia? Só fica a saudade de um tempo que não foi, e se essa frase já foi transcrita em algum lugar que me perdoem o atrevimento atroz. Mas tenho andado meio máquina mecânica numa cadência eletromagnética. Será que me entende? Deve estar tudo um tanto quanto "niilista" em brasa. Que culpa eu tenho de só saber me expressar em palavrões?

Espero que as moscas se embebedem essa tarde e sumam do meu planeta perfeitinho demais para sua presença! Cansei!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

domingo, 16 de novembro de 2008



Não sei que rato roedor de desejos me cerca, nem entendo porquê tenho essa necessidade de aumentar o meu léxico. Me sinto infundado. Parece que tem uma nuvem branca não nos meus olhos, mas em minha mente, que me pavoneia, me alucina. E ela não me permite chegar a lugar nenhum, é um vazio que não seca pela simples razão de não ter o que eliminar. E eu me sinto inoportuno, trivial. Aquele miojo no armário usado apenas quando necessário - nem sei se o verbo usar se adequa aqui.
E eu não sei caminhar com minhas próprias pernas. Se o Caio me dói, O Saramango me sacode de uma forma terrível : "Penso que não cégamos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que vendo, não vêem" [:o]. Somos todos cegos, cegos que apenas olham por terem olhos, mas incapazes de visualizar um palmo a frente do seu nariz. Eu me sinto assim abandonado igual ao menino do semáforo, com a diferença que eu não aprendi ainda a fazer malabares! Talvez as pessoas se relacionam como as bolinhas dos malabares, umas pessoas sempre por cima, outras sempre por baixo, e outras que nunca percebemos por onde oscila.
Tenho me deparado com coisas tão singelas a me alegrar efusivamente. Essa semana me alegrei com a vinda de Ingedore à Aracaju - não, não possuo nenhuma intimidade com ela, trata-se da maior estudiosa na aréa de Linguistica Textual - com uma conversa informal tida com um professor admirável, com o livro de Saramago que me silencia, com umas fotos maravilhosas que encontrei em orkut's alheios... Tanta simplicidade repugnante. E eu me sinto imensamente gordo! Repugnante, como a minha falta de nada. Cansado de não saber ir além dos meus pensamentos. Não saber ainda caminhar com minhas próprias pernas

sábado, 15 de novembro de 2008

Está bem, eu assumo, preciso de uma dose urgente, uma dose urgente e permptória, quase uma overdose de teatro, de ensaio de texto, roteiro, aula, aquecimento, ansiedade, diretor enchendo o saco enquanto coça o saco, pseudo-atores contracenando comigo, me fazendo engolir o velho proverbio: "quem com porcos se mistura, farelos come". Eu preciso urgentemente que alguém me tire desse vazio, desse marasmo, desse vácuo em que me encontro. Eu quero nem que seja uma peça infantil de quinta, sexta categoria, que objetive apenas lucros e cachê. Não que eu não precise do cachê, preciso, quero, mas rápido,antes que eu tenha um avc

p.s: Não estou em plena consci?ência. Passam das duas da manhã

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Um Feliz ano!

Conheci um ator decadente, e desse dia em diante passei a analisá-lo fonologicamente, morfologicamente, semanticamente, discursivamente. Ele me agonia e possui um vício insuportável de enrolar os afros-cachos em sua cabeça envelhecida. A puxar um a um os desastrados e desarrumados cabelos.
Ah, infeliz! Quanta infelicidade me causa. Esses olhos melancólicos, essa roupa surrada e maltrapilha, que devido a sua vaidade explícita, prova não se tratar da moda ditada pela sua classe. Classe de infelizes como tu, diferentes apenas pela fortuita e trivial sorte.
Infeliz ator! Escárnio dessa malfadada turma de arrogantes prepotentes, empedernidos nos umbrais de um narcisismo pusilânime. Vetusto amigo, ás vezes gajo, em alguns momentos pedante, incapaz de se manter num contexto real. Recorrendo sempre a uma espiritualidade fajuta a escamotear a esperança dos pobres mentecaptos.
Sem um projeto, um vale transporte, certa dignidade a lhe faltar. Estão latente as suas ideologias, seus conhecimentos, seu valor. Caminha para chegar a lugar nenhum. Tropeçando em erros congênitos. Cada dia decaindo um degrau, me refletindo em si. À espera de um novo ano para recomeçar. Ah, Infeliz! Apenas te desejo um feliz ano!

domingo, 9 de novembro de 2008


Estou tentando sair dessa órbita que circunscreve os meus últimos dias, meses, anos. Calendário de maus presságios, ansiedade-unha-roída, atrativo de miasmas. Quero apenas desencanar, poder ver em meu vizinho um potencial além de fermento para engrandecer essa massa de empedernidos incuráveis.
Farto de desilusões, das mesmas músicas ordenadas num ritmo que não satisfaz, dessa maldita e infeliz conjunção "que" me persegue textos a fio. Desse taciturno e moribundo domingo repetido semana após semana. Resultado de decisões não tomadas, de vícios não controlados, de humilhações acumuladas.
Vergonha das gavetas pretas na minha alma, dessa indecente falta do que falar, aboletar, solicitar, pensar, planejar, sonhar, mofar, teorizar, acompanhar, evitar, raciocinar, economizar, argumentar, silenciar, metaforizar, desdenhar, calcular, projetar, caminhar, aventurar, palavrear, totalizar, remediar, remendar, escamotear, e toda essa sucessão de infinitos obsoletos em meu dia.
Eu apenas vou parar de deletar...

sábado, 8 de novembro de 2008

Engavetando o passado




Clow
Dia a dia
A agüentar
O riso Forçado da palhaça:
- Palhaço!
Canas a chupar,
Incompetência de menina,
Não-moça,
Tanto Vagabunda,
Aparentemente quietinha,
Aparentemente quente,
Aparentemente social,
Apenas: sem espírito!
Ide!
Caminha com as próprias pernas,
Não se acomode
Torne...
A estudar, teorizar, pensar...
Correr...
Vai apanhar (espero!)
Não tema pintar a cara
Largue de ser palhaça
Torne-se clow.

Você se arrependeu. Eu me arrependi. Nós nos arrependemos. Nada daquilo existia no outro dia, ao chegar e espalmar a sua mão na minha cara, impedindo meu abraço, ato,caso – nosso, talvez só meu- mas puro seco sem penetração. Feito de toques, línguas frementes e palavras ácidas.
Poesia e prosa: foi esse o lucro desse encontro amorfo. Mofado em gargantas entorpecidas daqueles venenos-beijos.
Sobraram apenas os poemas rasgados, as prosas mínimas. O amor que não era mais uma vez verdadeiro. O amor-cismado, de protocolo, em meio a um livro nada a ver. Rodeado de politicalhas.
E sonhei. Sonhamos. Talvez a palavra de alguém, a sua fraqueza em relação a mim, tenha posto tudo por água abaixo. E não há mais nada... Nem aqueles abraços dados na noite sem telhas com aroma de erva queimada.
Agora resta apenas a vontade de tornar isso tudo palavras a serem postas e guardadas nas gavetas de algum porão.

28 de julho de 2008

Hoje conferi a coluna de ofertas de empregos e me espantei em perceber que não me encaixo em nada. Estou perdido no tempo e nessa freqüência. Estava tentando sepultar os últimos sonhos que sobraram desta quimera.
Tentei, sinceramente não ser aquele que sempre resmunga o que se tenta. A pessoa que apenas ouve, foi embora de braços dados com o menino gritante e compulsivo. Macabéas adormecidas dentro de mim. E apenas um salário mínimo resolveria todos os meus problemas. Ou quase todos!
Ainda assim, espero constrangido os sinos badalarem, não basta apenas esses batuques roucos e buzinas bucais! Alarmando esses gemidos dentro de mim.
É, acabastes saindo antes de eu adormecer. Consigo tão poucas coisas nessa vida. Até as visitas são desmarcadas, até os falares não são cogitados.
Preciso urgentemente desencanar, encanar, canar, ar: GRITAR! ENLOUQUECER! Para voltar ao mesmo lugar ao amanhecer das 11 horas.

20/10/2008

Não, não é de forma alguma amor. Não me convenceste da existência dessa utopia. É apenas essa dor exposta, não como feridantiga, mas como feridaberta, que não coagula. Hemorragia-exposta-espressa. No olhar que não enfrenta. Nessa voz embargada, nesse conter-se incontente. È você e não eu.
Se houvesse cascas a descascar essa camada humana que ainda te envolve. E a cada momento que te vejo é como se eu estivesse presenciando um suicídio. Não sei de forma alguma que esperança guardada na caixa de Pandora ainda te freia.
Ás vezes, encolha esse corpo9, seja meu feto, comovente, choroso, repugnante. Para que em teu ouvido cante a velha canção que é a única experiência que levo : “De flores e esmeraldas, colhidas na manhã, farei lindas grinaldas para enfeitar teu coração”
E será apenas um sussurro, ininteligível, assim como essas palavras não expostas.



Acho ser amor
Esses hematomas que escorrem de minhas mãos
Arranhando as paredes desse intestino
Sombras, fumo, acidez
Um pouco de poesia para sua vida
Um tanto coisa simples, tragável
Até quando vou me sentir tão menino
Indefeso em meio a turbilhões de venenos
E as dúvidas? E as dívidas?
O verdadeiro sentimento abafado no travesseiro
Como o meu que não se cicatriza
Na verdade: demos vivas!
Preciso urgentemente de vivas!
Para agüentar esse monte de bosta
Fedida! Fedida!

sábado, 1 de novembro de 2008


A primeira vez que a vi, ou que me lembro que vi, ela usava um vestidinho rodado de menina, não sei se xadrez, se preto com branco, mas havia algo vermelho nele, não sei se a fita que envolvia a cintura de menina, um dia mulher... Estávamos numa igreja que nunca havia frequentado, uma igreja simples e tão fictícia, que não me parecia real. Nosso tio comemorava bodas de esmeralda, e ela compenetrada assistia a pregação do padre, ao lado daquela prima mais velha que meu pai, que parecia a deter de qualquer impulso infantil num lugar sagrado... Como se ela fosse capaz de cometer qualquer gesto que não se adequasse a princesinha que ela representava. Uma princesa que me fascinava e que me fazia ter vontade de me aproximar, de puxar conversa, de trocar alguma informação que durasse durante a semana, quem sabe trocar telefone?

E não sei se após tanta tortura, depois da missa, ela e a prima parou para nos cumprimentar, se a olhei de perto, se sorrimos um para o outro, se ela me achou idiota, se percebeu a minha agonia naquela calça de pano preta que hoje adoro, mas na época me agoniava. Sei que não houve nenhuma palavra dita. Foi uma paixão platônica, mesmo antes de saber quem era esse tal Platão. Durante alguns dias pensei nela com saudades e esperanças. E sonhava em revê-la, para dessa vez pronunciar alguma coisa, para dessa vez dizer algo a mais que não o silêncio. Para quebrar aquela amizade de palavras não ditas. Durou alguns dias e passou... Como se passa todas as coisas que não se acercam da nossa rotina - que naquela época é como a de agora - uma bruta merda - esqueci! Lembrava-me apenas quando ouvia pronunciar nesse ramo da família que não mantinha nenhuma contato.

Numa última festa que fui dessa enorme família, ela estava lá, linda e completamente loira, num vestido branco e curto que a deixava radiante. Novamente quis puxar conversa, quis manter contato, dizer alguma coisa, provar existência, mas essa timidez colossal não permitiu e fiquei calado. Ela se aproximou da nossa mesa, cumprimentou a família e, principalmente se referiu a meu pai efusivamente, lembrando de seus jipes, de alguma possível volta que deu, e olhando para mim, disse que se lembrava da minha existência, será se já nos falamos algumas vezes? se brincamos? Não sei, apenas me senti imenso diante daquela lembrança contrapondo a ideia de inferioridade que sentia diante daquela mulher linda e loira que tinha mudado tanto durante esses anos. Mas continuava a me fascinar, a remexer na minha alma. E na pista de dança dancei, e a vi dançar, parecia que só havia nós dois naquele salão, o desconhecido marrento cabeludo, e a menina mais linda que liderava a beleza opulenta da família vasta, e que me é tão desconhecida. Novamente voltei sem uma palavra trocada, não era mais um menino bobo, não alimentava nada mais do que a certeza de que ela possuía uma beleza imbatível. Dessa vez não demorei a esquecer - a rotina estava um pouco mais agitada.

Semana essa que passou - a rotina voltou a ser uma merda - fiquei sabendo que ela estava na UTI, tinha sentido uma dor de cabeça repentina, e estava no mesmo hospital onde eu estava com meu tio, pensei em perguntar sobre o caso dela a alguma enfermeira, saber noticias, quem sabe visitá-la, encontrá-la irreconhecível em sua beleza, mas viva, e dizer em seu ouvido, quem eu era. Um primo distante, que se impressionava com a postura dela numa missa, e que se sentia um tolo por ter sido lembrado em uma festa. Mas então, soube que ela não mais respirava, que já havia sido sepultada. E eu quis ir no velório, quis conferir pela última vez a sua beleza, ver o enterro, quem sabe segurar... Mas não fui, e hoje resta apenas a lembrança e a necessidade de encontrar a foto dela em orkut's desconhecidos, para que essa reminiscência me ocorra sempre, e não seja esquecida em meio a rotina

A Corrente do Bem

Estádia em hospital, não é de fato legal... Não há nada a aproveitar, o cheiro não de éter, mas de coisa insossa e de desgraça atravessa as narinas e fica impregnada na alma, e mesmo que a gente esfregue não sai. Parece que você também pegou algum vírus, alguma infecção que não há soro, não há injeção, nem sonda que melhore. Passar aquela noite No hospital Cirugia não foi fácil, o cheiro do doente remexia minha alma, mas recuperei algo que havia perdido na estrada... minhas lágrimas, hoje já posso chorar, e choerei muito no fim do filme que todo mundo já tinha assistido e chorado... Acho que realmente não sou o mesmo, e que demora para o ano acabar!

domingo, 26 de outubro de 2008

Gia - saudades

Acho que tenho desviado realmente das minhas ideologias. hoje espantei o sono que restava lembrandodo significado do Gia - não o primo do sapo, da perereca. - Do grupo Gia. me esqueci que signhificava Gente Interessada em Arte, e ate já se chamou Grupo Independente de atores, até que percebemos ser incoerente um grupo de teatro não depender de atores. Como pude esquecer

sábado, 25 de outubro de 2008

O Pequeno Principe - Sabor e saber


SAINT-EXUPÉRY, Antoine de, 1900-1944. O pequeno príncipe. Rio de Janeiro, agior, 1990
" A Léon werther. Peço perdão às crianças por dedicar este livro a uma pessoa grande. Tenho uma desculpa: essa pessoa grande é o melhor amigo que possuo no mundo. Tenho uma outra desculpa: essa pessoa grande é capaz de compreender todas as coisas, até mesmo os livros de criança. Tenho ainda uma terceira: essa pessoa grande mora na França e tem fome e frio. Ela precisa de consolo. Se todas essas desculpas não bastam, eu dedico então esse livro à criança que essa pessoa grande já foi. Todas as pessoas grandes foram um dia crianças. (mas poucas se lembram disso). A Léon Werther (quando ele era pequenino)" Pg 7
"- Não! Não! Eu não quero um elefante numa jibóia. A jibóia é perigosa e o elefante toma muito espaço. Tudo é pequenino onde eu moro. Preciso é dum carneiro. Desenha-me um carneiro." pg 14
"-Amarrar? Que idéia esquisita!" pg 16
"- Quando a gente anda sempre para a frente, não pode mesmo ir longe..." pg 18
" Ele fizera na época uma grande demonstração da sua descoberta num Congresso Internacional de Astronomia. Mas ningu´me lhe dera crédito , por causa das roupas que usava" pg 19
"As crianças devem ser muito indulgentes com as pessoas grandes" pg 20
"Meninos! Cuidado com os baobás!" pg 24
"-Não acredito! As flores são fracas. Ingênuas. Defendem-se como podem. Elas se julgam terríveis com os seus espinhos..." pg 28
" - Eu conheço um planeta onde há um sujeito vermelho quase roxo. Nunca cheirou uma flor. Nunca olhou uma estrela. Nunca amou ninguém. Nunca fez outra coisa senão somas. E o dia todo repete como tu "Eu sou um homem sério! Eu sou um homem sério!" e isso o faz inchar-se de orgulho. Mas ele não é um homem; é um cogumelo" pg 29
"-Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplo em milhões e milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando a contempla. Ele pensa "minha flor está lá, nalgum lugar..." Mas se o carneiro come a flor, é para ele, bruscamente, como se todas as estrelas se apagassem! E isto não tem importância." pg 30
"Não a devia ter escutado - confessou-me um dia - não se deve nunca escutar as flores. Basta olhá-las, aspirar o perfume. A minha embalsamava o planeta, mas eu não me contentava com isso. A tal história das garras, que tanto me agastara, me devia ter enternecido..." pg 33
"-è claro que eu te amo, disse-lhe a flor. Foi por minha culpa que não soubesse de nada. Isso não tem importância. Foste tã tolo quanto eu. Trata de ser feliz... Mas pode deixar em paz a redoma. Não preciso mais dela" pg 36
"- è preciso que eu suporte duas ou três lavas se quiser conhecer as borboletas" pg 36
"è preciso exigir de cada um o que cada um pode dar, replicou o rei. A autoridade repousa sobre a razão" pg 40
" - Eu, se possuo um lenço, posso colocá-lo em torno do pescoço e levá-lo comigo. Se possuo uma flor, posso colher a flor e levá-la comigo. Mas tu não podes colher as estrelas" pg 49
"O principezinho tinha, sobre as coisas sérias, idéias muito diversas das idéias das pessoas grandes" pg 49
"- Talvez esse homem seja mesmo absurdo. No entanto, é menos absurdo que o rei, que o vaidoso, que o homem de negócios, que o beberrão. Seu trabalho ao menos tem um sentido. Quando acende o lampião, é como se fizesse nascer mais uma estrela, mais uma flor. Quando o apaga, porém, é estrela ou flor que adormecem. è uma ocupação bonita. è útil, porque é bonita." pg 50
"No entanto, é o único que não parece rídiculo. Talvez porque é o único que se ocupa de outra coisa que não seja ele próprio." pg 53
"O que o principezinho não ousava confessar é que os mil quatrocentos e quarenta pores-do-sol em vinte e quatro horas davam-lhe certa saudade do abençodo planeta!" pg 54
"-Porque o bêbados vêem dobrado. Então o geografo anotaria duas montanhas onde há uma só." pg 56
"A Terra não é um planeta qualquer! Contam-se lá cento e onze reis (não esquecendo, é claro, os reis negros), sete mil geógrafos, novecentos mil negociantes, sete milhões e meio de beberrões, trezentos e onze milhões de vaidosos - isto é, cerca de dois bi~lhões de pessoas grandes" pg 58
"E ele sentiu-se extremamente infeliz. Sua flor lhe havia contado que ela era a única de sua espécie em todo o universo. Eis que havia cinco mil, iguaizinhas, num só jardim!
'Ela haveria de ficar bem vermelha, pensou ele, se visse isto... Começaria a tossir, fingiria morrer, para escapar ao rídiculo. E eu então teria que fingir que cuidava dela; porque senão, só para me humilhar, ela era bem capaz de morrer de verdade..'" pg 67
"- Os homens, disse a raposa, tê fuzis e caçam. è bem incômodo! Criam galinhas também. è a única coisa interessante que eles fazem. Tu procuras galinhas?" pg 68
"Tu não és ainda para mim snão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo..." pg 68-69
"Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferete dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música" pg 70
"- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!" pg 70
"A linguagem é uma fonte de mal-entendidos" pg 71
" Minha rosa, sem dúvisa um transeunte qualquer pensariaque se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois a ela que reguei. Foi ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. È a minha rosa"g 72
"Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos" pg 74
" Eu, pensou o principezinho, se tivesse cinquenta e trÊs minutos para gastar, iria caminhando passoa a passo, mãos no bolso, na direção de uma fonte..." pg 77
"- é bom ter tido um amigo, mesmo se a gente vai morrer. Eu estou muito contente de ter tido a raposa como amiga..." pg 78
" O que torna belo o deserto, disse o principezinho, é que ele esconde um poço nalgum lugar" pg 79
" 'O que tanto me comove nesse príncipe adormecido é sua fidelidade a uma flor; é a imagem de uma rosa que brilha nele como a chama de uma l?âmpada, mesmo quando dorme..." pg80
" - As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. Para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para o meu negociante, eram ouro. mas todas essas estrelas se calam. tu, porém, terás estrelas como ninguém..." pg 89

domingo, 19 de outubro de 2008

amanhã

amanhã é dia 20:
aula de latim
correr da aula de filologia
evitar conversas com pseudo-intelectuais
não comer no resun
pegar ônibus lotado
não ter para onde ir
estudar?
tirar um belo cochilo,
ler um capítulo daquele livro
revirar a memória atrás de lembranças
não encontrar nada
tomar "banho de cabeça"
rir um pouco
comprar pão!
ouvir!
ir!
assitir os intervalos de a favorita
teorizar uma teoria inexistente
bocejar!
dormir que amanhã é 21

sábado, 18 de outubro de 2008

adeus, solidão!

Sempre sonhando, sempre desejando chegar a lugar nenhum. A qualquer lugar que nunca é suficiente para a sua insatisfação moral. Talvez isso seja muita reserva, muitos preceitos e muitas ideologias mal-fadadas ao fracasso. Percebam meus fracassos! Assim não irei engoli-los sem deglutir um a um. Essa vida de merda cansa sabia? Eu sempre falo isso, sempre me repito e o que eu posso fazer a não ser esperar? Cair do céu a chuva que vai molhar esses papéis eternamente guardados. Essas vontades eternamente castradas e recortadas de uma memória nem um pouco lúcida. Regada à vinho barato. Santa maravilha! De fato a mágica se acabou e na minha casinha tá faltando espaço e tá faltando graça, não há ventilador, nem paz.
Seu gosto não ficou, o gosto de ninguém permanece. Apenas as melodias desafinadas. E eu podia ter sido de fato explorado corretamente, no melhor que eu tenho a oferecer, com todo o meu despreparo na voz, todo o meu jeito torto de andar e com minha antipatia característica.
Ele estava lá no bar, rindo cínico e negro, da minha máscara posta a fora. Novo ator infantil decadente e invejoso. Voe vôos mais longos. Objetivos merecem ser meramente alcançados. Se instrua e construa um universo só seu. O perfeito teatro só seu... Afinal derrotado finalmente.

sábado, 4 de outubro de 2008

A medalha - texto baseado no conto de Lygia Fagundes Telles






Não queria ouvir mais nada. Basta. Toda aquela ideologia de merda, todos os sonhos empacotadas em papel de pão. Para o diabo os conselhos de vocÊs! Naquele ônibus beirando o mar, pela vidraça, como numa fotografia circunscrevendo a paisagem, eu refleti sobre a paz que se apossa, lentamente, e esqueci todos os outros, toda a minha insuficiência, toda a minha incapacidade de construir algo meu, de correr atrás do que foge de mim. É simples como as estrutura da bolha de sabão: preciso respirar calmamente! E tirar essa agonia que queima feito taquicardia. Relaxar. Suavisualizar!
Entende? E quando eu me sinto suficientemente abandonado, eu penso no esverdeado dos teus olhos. E então eu penso: "Um dia, quem sabe! Talvez!" Qunado a maré baixar, eu posso ir para a europa com o pk, comprar o nosso compromisso, por um preço bem simplório. Depois, subia no último degrau, e diria te encarando, "toma aqui, fui longe, pra constatar o quanto você me acrescenta em sua humildade feroz"
Me acrescente! Me acrescente!

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Eu leio, releio e juro que tento compreender... O último verso foi eu que te falei? Não sei, não me contou nenhuma novidade, não descobriu nenhum segredo que eu não soubesse. Nunca fui sufiiciente pra mim mesmo. sempre exigo demais. Me auto-crítico, me avalio, "me rumino", pra não cometer as mesmas besteiras. Pra não cair nas mesmas tentações, pra ser assim como eu sou. e sendo ininteligível posso não ser suficiente, mas me basto, me satisfaço. E se não... Eu mudo, largo, desato, saio... Vou sair, tenha calma! E não haverá mais vraz (que nem são essencialmente meus), caras feias - que já foi bonita um dia, linda até- Sabe? O que mais me irrita é essa ameaça encubada, difarçada em desculpas, Grande Ironia do Grande Poeta. Ainda estou com o impacto da surpresa, pensei que já tivesse dado a resposta... Eu já tinha até esquecido as coisas ditas, os telefonemas anônimos, o me queimar na fogueira... Não precisava me lembrar, mesmo assim eu agradeço... Obrigado

domingo, 28 de setembro de 2008

dessa vez realmente estou descalço sobre os paralelepípedos. Não há mais nada a se conquistar, não uma aventura a mais, um risco a menos. As faces estão expostas. Os umbigos. O dinheiro. os cargos. As trevas serpenteadas por fogo-morto.
E aprendi qual é a sensação ruim que sempre me doma: de roer as entranhas e só prever futuro, escuro, assalto. Medo. tempo perdido na rua.
è quando só sobra a solidão e palavras repetidamente desconexas.
Vai passar. Há de passar...

Filhos Pródigos - Lygia Fagundes Telles


"Comecei a sentir falta de alguma coisa, era do cigarro? Acendi um e ainda a sensação aflitiva de que alguma coisa faltava, mas o que estava errado ali? Na hora da pílula lilás ela foi buscar o copo d´água e então ele me olhou lá do seu mundo de estruturas. bolhas. Por um momento relaxei completamente: não sei onde está, mas sei que não está, eu disse e ele perguntou: "jogar?" Rimos um para o outro.
...
Saiu e fechou a porta. Fechou-nos. Então descobri o que estava faltando, ô Deus. Agora eu sabia que ele ia morrer

sábado, 27 de setembro de 2008

Vazio!

Grande bolha que me alucina. eterno não querer bem. Será que assim isso tudo passa. Me baseando no vômito do seu baseado! Canseira! Etér idade! desordem! falta de siso! falta de gente! De enlaço! De descaso. Aço ! Pueril ação! Canção! Vinho! Morte por todos os lados! Recordar! Parar de pensar! parar!

domingo, 21 de setembro de 2008


Só Nos Resta Viver
Angela Rô Rô
Composição: Indisponível
Dói em mim saber

Que a solidão existe

E insiste

No teu coração

Dói em mim sentir

Que a luz que guia

O meu dia

Não te guia não

Quem dera pudesse

A dor que entristece

Fazer compreender

Os fracos de alma

Sem paz e sem calma

Ajudasse a ver

Que a vida é bela

Só nos resta viver

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Depois da casa de campo, a casa aos pedaços


Lembrei de vc esta semana estava conversando sobre uma musica da Zélia Duncan com n sei quem que diz que amigo é casa.E lembrando de nós foi quase uma missão impossivel construi-la vc me achando muito paulista nojentinha e eu te vendo com um esquisito com mania de perseguição.Daí quando eu fui embora a nossa casa tava meio esquecida as paredes cheias de racharudas pintura velha encanamento quebrado - ainda assim mesmo esquecida era uma casa.Ainda é.Nossa amizade é cheia de altos e baixos e brigas por isso mesmo muito importante pq é dificil ser amigo sendo tão diferente e nós somos.Sei que já não é uma amizade no presente estamos distantes.Mas aquela casa que nós construimos com ferro e fogo ainda está em algum lugar ainda existe e nem nossas brigas a derrubaram.Amigo é casa asa e raiz.Tenho saudade.

Savanna Sales.

domingo, 14 de setembro de 2008

Nós


Eu gosto de Nós, por representar conjunto, por ser a primeira pessoa do plural, por ser plural de nó, que foi blog, é tecido, e sempre vive amargurado no peito, amargurando os meus dias, ditando os meus textos, me cuspindo meio antropofagicamente. Tropeçando, não por causa de nenhum cigarro que deixei de fumar para bancar sempre o careta, mas por me drogar sozinho com a voz da angela Rorô, que é tão Caio Fernando Abreu vertendo palavras de ourives em meu peito, me trazendo a pungência Da Lygia fagundes Telles, com seu semblante de água com açucar, mas verdadeira cuspidora de fogo, roedora de dores e destiladora de venenos. Isso tudo está fazendo eu pirar de Clínica, todos esses fantasmas que ainda vivem assombrando essas casas pré- fabricadas, fabricadas e pós-fabricadas. "Você já reparou nas unhas dele?" "Sangue" "Mineral ou do Filtro" "Nosso caminho é um só chefe de Tebas"
http://farm2.static.flickr.com/1079/716434577_529c24ae7c.jpg

sábado, 13 de setembro de 2008

Eu não queria que fosse aqui, não nesse lugar impregnados de nós, de nó, de todos os outros. Poderia ser no meu diário, mas ele está revoltado por tê-lo abandonado tantos dias a fio. Na verdade deixo tudo mesmo muito abandonado, largo as coisas e as pessoas, numa bagunça só minha, mas as encontro antes que o amanhecer laranja-amarelo-ovo nos surpreenda. Porque eu estou farto de que não saiba as minhas verdades, as verdades que cuspo da minha garganta, como gravetos apanhado sob as unhas. É... ainda há gravetos nessa minha casa pré-fabricada, construídas com tijolos de areia na madrugada. E não mais me importa os pretos que a vida me deu, pretos não aceitam fraquezas, covardia. CoVaRdIa. Sabe o que é isso? Ih, sabe sim, é o que presenciamos todo o tempo, por parte do chefe, da sinhá, da sua parte, da minha parte. Partes que não mais colaremos num novo texto rabiscado na parede. E quando o olhar dela sumir eu paro de escrever compulsivamente. O Olhar da testemunha ocular de um crime sem perdão! Sem razão! E eu sei que eu não te quero mais, A única pessoa que vou querer sempre é a Luzinete, a Lilith. Você não, é só asco das suas baforadas alcoolicas, das suas atitudes que não reconheço, do seu segui-lo como uma puta malsim. Puta Mal sim. Puta. Não pura, nem virgenzinha, nem santa, como tantas, apenas puta. E aquelas palavras ditas, uma após a outra na minha cara, e as outras que apenas aquela outra vagabunda ouviu. Falta sumir apenas um olho. Ela está indo embora como todos foram... Um por um e em debandada. Talvez seja a última linha, para dizer que sofro muito ao te ver com passos trocados, rebolante, mas trocados, e aquelas palavras, nos separam eternamente....

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

A Medalha

Baseado no conto homônimo de Lygia Fagundes Telles

(No cenário apenas uma escada, a maior possível. Adriana entra soturna e silenciosamente para não encontrar-se com o pai, tira os sapatos, deixa-os na beira da escada. Ela vai subindo degrau após degrau, meio eufórica, até que o pai a surpreende)

Pai (seco) – Adriana!

Adriana (entediada) – Acordado ainda, pai?

Pai (virando a cadeira de frente para a platéia) – Precisava ser Também na véspera do casamento? Precisava ser na véspera?

Adriana (altiva) – Precisava!

Pai – Cadela. Já viu sua cara no espelho, já se viu?

Adriana (já sentada no último degrau da escada, tira um cigarro da boca e o acende) – Acabou, papai? Quero dormir!

Pai (suave) – Na véspera do casamento. Na vés-pe-ra. Você viu sua cara no espelho? Já se olhou num espelho?

Adriana (completamente cínica) – Já. Mas o véu vai cobrir minha cara, querido. O véu cobre tudo. (num surto) Ih, tem véu à beça. Vai dar uma beleza de noiva, você vai ver.

Pai – Cínica. Igualzinha à mãe. Ela ia achar graça se te visse, aquela cínica!

Adriana (ofendida) – Não fale da minha mãe!

Pai – Falo! Uma cínica, uma vagabunda que vivia no meio de vagabundos, viciada em tudo que é porcaria. Você é igual, Adriana. O mesmo jeito esparramado de andar, a mesma cara desavergonhada.

Adriana – Ela era pura!

Pai – Pura! Aquilo então era pureza? Hem? Uma vagabunda, uma irresponsável, viciada em bolinhas, igualzinha a você. Pura, imagine... Estou farta desse tipo de pureza, quero gente com caráter, sabe o que é caráter? É o que ela nunca teve, é o que você não tem. Na véspera do casamento...

Adriana (desafiadora) – Na véspera ou no dia seguinte, que diferença faz?

Pai (ressentido) – Ás vezes nem acredito. Uma filha assim.

Adriana – Assim, como? Sou ótima, pai. Uma ótima menina (saliente) é o que todo mundo diz.

Pai (descontrolado) – Por que não se casa com ele? Hem? Porque não se casa com ele, Adriana? Por quê?

Adriana – Com ele quem?

Pai – Com esse vagabundo que acabou de te deixar no portão.

Adriana – Porque ele não quer, ora.

Pai – Ah, porque ele não quer. (triunfante, entre dentes) Gostei da sua franqueza: “porque ele não quer, ora!”. Ninguém quer, não é mesmo? Você já teve dúzias e nenhum quis, só mesmo esse inocente do seu noivo...

Adriana – Mas ele não é inocente, paizinho. Ele é preto!

Pai – Por que você diz isso?

(Adriana deixa cair o cigarro. Desce as escadas, calça os sapatos, e com o salto esmaga o toco do cigarro. Em seguida, pega uma mecha do cabelo, põe abaixo do nariz)

Adriana (menina) – Olha aí meu bigode, agora tenho um bigode!

Pai – Responda. Adriana, porque você diz isso? Que ele é preto.

Adriana (fingida) - Porque é verdade, querido. E você sabe que é, mas não quer reconhecer, esse horror que você tem dos pretos. (irônica) Não deve ser mesmo muito agradável ter uma filha casada com um preto, preto disfarçado, concordo. Mas preto. (aterrorizada) Já reparou nas unhas dele? No cabelo? (rindo) Reparou, sim, ih, você é tão atento, um faro que vai longe! (num devaneio) Sou branca, mas meu sangue é podre, o sangue dele é que vai vigorar, um sangue fortíssimo. Seus netos vão sair bem moreninhos, aquela cor linda de brasileiro, sabe como é? Claro que sabe, um perito no assunto. Hum? Nunca vi ninguém reconhecer preto assim fácil como você reconhece, o tipo pode botar peruca, se pintar de ouro e de repente, num detalhe, num detalhezinho...

Pai – Tenho muita pena desse moço. Imagine, casar com uma coisa dessas.

Adriana – Mas ele vai ser podre de feliz comigo, você vai ver, pai. (desdenhosa) Se encher muito o saco, despacho o negro lá pros States, tem uma cidade lindinha chamada Litlle Rock, já ouviu falar nessa cidade? Ouviu, sim, você adora ler essas coisas. (em gargalhada) Lá a diversão é linchar a negrada...

Pai (inclinando-se na cadeira) – Você não pode mais me ferir, Adriana. Ela também não conseguia, podia fazer o que quisesse, dizer o que quisesse. Não me atingia mais. Ficava aí na minha frente, com essa sua cara, igual, a se retorcer como um vermezinho viciado e gordo.

Adriana (paranóica) - Emagreci seis quilos!

Pai - E gordo. Você duas são tão parecidas, Adriana. Tão parecidas...

Adriana (sorri e se fecha de repente) - Acabou? Quero dormir, querido.

Pai (desmotivado) – Fiz o que pude!

Adriana (empurrando a cadeira) – Então, ótimo, agora queria dormir um pouquinho, posso?

Pai – Nem quinze anos e já se agarrando com seu primo na escada, lembra? Lembra sim... Nem quinze anos, Adriana, nem quinze anos e já emendada naquele devasso.

Adriana – Ele não era devasso!

Pai – Não? E aquelas doenças todas? Dependurado em negras, viveu anos com uma, pensa que não sei?

Adriana (ofendida) – Ele não era devasso. E ele me amou!

Pai – Amou... Fugiu quando foram pilhados, lembra? Ah! Lembra sim! Fugiu como fugiram os outros, nenhum quis ficar, Adriana, nenhum. Vi dezenas e dezenas de homens te apertando pelos cantos, uma escória que nem dinheiro para o hotel tinha. Um por um, fugiram todos!

Adriana (num esgar de choro) - Ele me amou.

Pai (empunhando uma caixa) – Olha, dentro desta caixa está a medalha que foi da minha avó, depois passou pra minha mãe, que conversou consigo, e me pediu que te entregasse no dia do seu casamento. Você casa amanhã, não? Casa hoje, já é dia. Leva a medalha, Adriana. É sua. Quando sua filha se casar, será de sua filha. Só espero que não enegreça no seu pescoço.

(Adriana sobe novamente a escada, de salto, senta-se no último degrau, tira os sapatos e conversa com eles)

Adriana – Você fugiu de mim na escada. Porque você fugiu de mim na escada, hem? Eu precisava tanto de você. (gritando) Está escutando?

(Adriana atira os sapatos do alto, pára, enxuga as lágrimas, tira a medalha da caixa, enrola numa fita e amarra no degrau da escada, e desce calmamente)

domingo, 7 de setembro de 2008

Vai curtir os teus nativos no Sri Lanka!

Manifesto à paz-607

Quero falar sem poesia, não há poesia em tudo que trato, apenas vergonha, asco, nojo e insensatez. Sangue, sangue , sangue, de um Brasil que não vai nada bem.
Hoje sofri uma tentativa de assalto no ônibus, e só consegui me assustar depois. só pude notar que o cara estava com um canivete no bolso e pedia na maior cara de pau o meu celular e o pouco dinheiro que tinha, muito depois. E ainda me sufocava com seus dentes apodrecidos exigindo "não faz enxame" "não faz enxame". Não sou abelha cacete, que se foda todo o resto. Reagi, me afsatando e ainda tive que cumprimentá-lo antes dele saltar do ônibus no terminal do centro tranquilamente. Para assaltar outras pessoas. Enquanto isso, os carros de som continuam fazendo uma campanha rídicula onde todas as picuinhas e necessidades frívolas são avaliadas, discutidas, tombadas. Menos uma: nossa integridade. Por isso Zaira, continua com seus planos, sonhos e projetos de Europa, aqui não há mais espaço....



imagem: http://tramavirtual.uol.com.br/img/content/band/f_58/146602.jpg

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Caça as bruxas - momento de destilar o veneno e corroer algumas idéias


Se aproxima a galopes os golpes em direção a minha cabeça, e será preciso muita paciência para aguentar tanta incoerência, tanto cinismo, e tanto destempero. E eu só queria sonhar, ficar no meu canto: quieto, com meu veneno adormecido, entorpecido! Não gosto que mexam nos meus sonhos infantis, juvenis, nem nos meus projetos. Abaixo a soberba! abaixo o discurso burguês! Quero cores, mais cores, o verde das árvores que estão sendo derrubadas no Cefet-se, o azul do céu da rua Himmel, o branco que sempre sujo de catchup, o roxo que a pritty diz ser dela mas é meu, o vermelho que é paixão-batom-carta-vanessadamata-tirésias, o bege do caio fernando abreu, o amarelo do figurino da minha menina tonta, o preto do negro gabriel... E por favor não me exigam um bom português. Me deixem errar também com as palavras, necessito de erros para amadurecer as idéias. Para construir novos castelos de areia com unhas corroídas, tristeza nunca mais. Não enche!Qualquer coisa eu volto na próxima primavera, na próxima estação... Com novos projetos! Com novos sonhos, com novos amores e amoras. Ah! Nem mesmo eu me gosto. Sinto cheiro de intriga em todas as paredes descascadas....

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Meus amores: saudade

Saudade é uma criança. Uma menina de cabelos encaracolados e dourados, que veste branco e rosa. Saudade saltita. E adora a areia da praia. Encanta-se com o marulho, e sorri satisfeita para ele. Saudade tem mãos pequeninas e não alcança o Céu. Apenas sorri para ele, (o Céu) moleca.
Às vezes, Saudade atravessa uma rua e pára em alguma esquina. Mas nunca ela corre perigo de vida. Muitas vezes é sufocante e irritante, louca por brincadeiras. Com seu nariz aquilino ela respira os ares mais infectos e acha tudo suave. Saudade possui um paladar de lágrimas e uma visão periférica.
Sente o mundo escapar de suas mãos e quando grita é porque percebe que seus ossos estalam. Alguns a acham vingativa. Outros, apenas vaidosa.
Já rasgou alguns véus e se submeteu a torturas. Manipulou castelos de pedra e abotoou algumas fechaduras. Saudade rói as unhas e odeia fio dental. Ela é companheira de alguns infelizes que a desprezam.
No fundo saudade brinca de ser mulher.


29 de agosto de 2008 - sangue, lágrimas, raiva e chaves perdidas...


Não me reconheço nessas palavras decodificadas, não me vejo nessas situações que pinto para mim mesmo, nem sei se falo o que sinto de verdade ou se simplesmente é aventura. Talvez seja a mesma farsa, a vontade de vestir uma máscara diferente a cada dia, e poupar esse rosto cicatrizado tal qual a Maria Berco, que possuo. Essa incessante vontade de rasgar a garganta com gritos estridentes. Esses nós dado nos dedos, esse não reconhecer as palmas das mãos. Acho que as pessoas que não conhecem a si mesmas têm a mania de olhar a palma da mão, como que a procurar onde está o elo dessa porra toda, onde estão os passos desencaminhados, onde estão? Cadê? E vou engatinhando á procura de uma sensação que não seja mentira, de uma deusa que não tenha sido apenas ilusão, de uma música que não seja apenas batida, de um ator que não seja vaidade, de um diretor que tenha ideologia. Perseguindo, perseguindo, perseguindo. Quando? Quando? Quando vão dar descarga nessa merda toda. Chama a Neusa Sueli para isso. E eu não preciso de nenhum beck, de nenhuma maravilha, de nenhuma fitinha de Oxum, Ogum, Exu... Prefiro receber chicletes do menino que acha que sou “o roqueiro que falta os dentes de vampiro” . Grito: Preciso urgentemente de leitura! Para entender essa zona! Para conseguir fazer uma boa redação. E não queria ser mais um. E queria tanto encontrar alguém com um papo legal, que gostasse da mesma coisa, ou de coisas diferentes, típica menina de trapézio que a do RPG desenhou e eu não vi. Parei na órbita.

domingo, 17 de agosto de 2008

Manifesto (meu) ao teatro

Uma coisa que me fere é o tema teatro. Corta, como feridantiga que não se cicatriza. É meu ponto ânsia de vômito. Minha sina. E o que eu queria simplesmente era fazer teatro , sem que para isso precisasse me passar por Negra Fulô ouvindo as falas da Sinhá. Sinhás sempre a praguejar: "Vá comprar comida, Fulô. Tô com fome!". "Fulô, ô Fulô, limpe esse espaço que isso aqui está uma sujeira." "Ô Fulô, compra meus cosméticos" "Fulô! Vixe Fulô! Não esquece os meus rémedios!"
Eu não queria ser reconhecido por cinco minutos em cena, nem tenho pretensão à vaidade de focos, de luzes e sombras, nem de elogios eloquentes e inefáveis. Quero apenas a consolidação de meu personagem. Que me sejam ofertados personagens. E não, que tenha que esmigálhá-los em disputas ridiculas.
Não quero ser alvo de intrigas, nem quero fazer intrigas por me privarem de ter o direito de falar abertamente, sem medo de errar. E me sentir confiante e preparado. Isento de perfis. Que possa superar ora meu corpo, ora meu tamanho, ora minha voz.
Quero teatro isento de interesses pessoais e financeiros! Utópico isso, não? Mas se o teatro é um sonho assim, meio meu, me deixa então idealizá-lo tal qual o estatuto da Dani, e daí?
Produzir, construir... Construir, desconstruir-construindo-uma-produção.
Que máscaras fossem apenas penduradas na parede e não vivesse coladas em rostos. Diaria-mente.
Abaixa o teatro privado! Para quê privado teatro? Deixemos o teatro se popularizar. Deixemos o teatro ser construído por todos sem hierarquias, meio jeito anarquista de ser. Que as contribuições sejam diferentes mas que equivalam no final. Afinal, eu só quero ensaiar uma peça e outra, e outra, e dormir teatro, acordar teatro, ir á praia para desintoxicar, preparando-me para outra overdose, e pegra texto, e decorar texto, e debater texto, e apresentar texto, e ser texto, meio linguistica-teatralmente-texto.
Murinho do Rio Sergipe, 14 de julho de 2008