sábado, 8 de novembro de 2008

Engavetando o passado




Clow
Dia a dia
A agüentar
O riso Forçado da palhaça:
- Palhaço!
Canas a chupar,
Incompetência de menina,
Não-moça,
Tanto Vagabunda,
Aparentemente quietinha,
Aparentemente quente,
Aparentemente social,
Apenas: sem espírito!
Ide!
Caminha com as próprias pernas,
Não se acomode
Torne...
A estudar, teorizar, pensar...
Correr...
Vai apanhar (espero!)
Não tema pintar a cara
Largue de ser palhaça
Torne-se clow.

Você se arrependeu. Eu me arrependi. Nós nos arrependemos. Nada daquilo existia no outro dia, ao chegar e espalmar a sua mão na minha cara, impedindo meu abraço, ato,caso – nosso, talvez só meu- mas puro seco sem penetração. Feito de toques, línguas frementes e palavras ácidas.
Poesia e prosa: foi esse o lucro desse encontro amorfo. Mofado em gargantas entorpecidas daqueles venenos-beijos.
Sobraram apenas os poemas rasgados, as prosas mínimas. O amor que não era mais uma vez verdadeiro. O amor-cismado, de protocolo, em meio a um livro nada a ver. Rodeado de politicalhas.
E sonhei. Sonhamos. Talvez a palavra de alguém, a sua fraqueza em relação a mim, tenha posto tudo por água abaixo. E não há mais nada... Nem aqueles abraços dados na noite sem telhas com aroma de erva queimada.
Agora resta apenas a vontade de tornar isso tudo palavras a serem postas e guardadas nas gavetas de algum porão.

28 de julho de 2008

Hoje conferi a coluna de ofertas de empregos e me espantei em perceber que não me encaixo em nada. Estou perdido no tempo e nessa freqüência. Estava tentando sepultar os últimos sonhos que sobraram desta quimera.
Tentei, sinceramente não ser aquele que sempre resmunga o que se tenta. A pessoa que apenas ouve, foi embora de braços dados com o menino gritante e compulsivo. Macabéas adormecidas dentro de mim. E apenas um salário mínimo resolveria todos os meus problemas. Ou quase todos!
Ainda assim, espero constrangido os sinos badalarem, não basta apenas esses batuques roucos e buzinas bucais! Alarmando esses gemidos dentro de mim.
É, acabastes saindo antes de eu adormecer. Consigo tão poucas coisas nessa vida. Até as visitas são desmarcadas, até os falares não são cogitados.
Preciso urgentemente desencanar, encanar, canar, ar: GRITAR! ENLOUQUECER! Para voltar ao mesmo lugar ao amanhecer das 11 horas.

20/10/2008

Não, não é de forma alguma amor. Não me convenceste da existência dessa utopia. É apenas essa dor exposta, não como feridantiga, mas como feridaberta, que não coagula. Hemorragia-exposta-espressa. No olhar que não enfrenta. Nessa voz embargada, nesse conter-se incontente. È você e não eu.
Se houvesse cascas a descascar essa camada humana que ainda te envolve. E a cada momento que te vejo é como se eu estivesse presenciando um suicídio. Não sei de forma alguma que esperança guardada na caixa de Pandora ainda te freia.
Ás vezes, encolha esse corpo9, seja meu feto, comovente, choroso, repugnante. Para que em teu ouvido cante a velha canção que é a única experiência que levo : “De flores e esmeraldas, colhidas na manhã, farei lindas grinaldas para enfeitar teu coração”
E será apenas um sussurro, ininteligível, assim como essas palavras não expostas.



Acho ser amor
Esses hematomas que escorrem de minhas mãos
Arranhando as paredes desse intestino
Sombras, fumo, acidez
Um pouco de poesia para sua vida
Um tanto coisa simples, tragável
Até quando vou me sentir tão menino
Indefeso em meio a turbilhões de venenos
E as dúvidas? E as dívidas?
O verdadeiro sentimento abafado no travesseiro
Como o meu que não se cicatriza
Na verdade: demos vivas!
Preciso urgentemente de vivas!
Para agüentar esse monte de bosta
Fedida! Fedida!

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