sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Um Feliz ano!

Conheci um ator decadente, e desse dia em diante passei a analisá-lo fonologicamente, morfologicamente, semanticamente, discursivamente. Ele me agonia e possui um vício insuportável de enrolar os afros-cachos em sua cabeça envelhecida. A puxar um a um os desastrados e desarrumados cabelos.
Ah, infeliz! Quanta infelicidade me causa. Esses olhos melancólicos, essa roupa surrada e maltrapilha, que devido a sua vaidade explícita, prova não se tratar da moda ditada pela sua classe. Classe de infelizes como tu, diferentes apenas pela fortuita e trivial sorte.
Infeliz ator! Escárnio dessa malfadada turma de arrogantes prepotentes, empedernidos nos umbrais de um narcisismo pusilânime. Vetusto amigo, ás vezes gajo, em alguns momentos pedante, incapaz de se manter num contexto real. Recorrendo sempre a uma espiritualidade fajuta a escamotear a esperança dos pobres mentecaptos.
Sem um projeto, um vale transporte, certa dignidade a lhe faltar. Estão latente as suas ideologias, seus conhecimentos, seu valor. Caminha para chegar a lugar nenhum. Tropeçando em erros congênitos. Cada dia decaindo um degrau, me refletindo em si. À espera de um novo ano para recomeçar. Ah, Infeliz! Apenas te desejo um feliz ano!

Um comentário:

Felipe disse...

Uauu. To sem tempo de atualizar.

Abraçççooo