
Às vezes, Saudade atravessa uma rua e pára em alguma esquina. Mas nunca ela corre perigo de vida. Muitas vezes é sufocante e irritante, louca por brincadeiras. Com seu nariz aquilino ela respira os ares mais infectos e acha tudo suave. Saudade possui um paladar de lágrimas e uma visão periférica.
Sente o mundo escapar de suas mãos e quando grita é porque percebe que seus ossos estalam. Alguns a acham vingativa. Outros, apenas vaidosa.
Já rasgou alguns véus e se submeteu a torturas. Manipulou castelos de pedra e abotoou algumas fechaduras. Saudade rói as unhas e odeia fio dental. Ela é companheira de alguns infelizes que a desprezam.
No fundo saudade brinca de ser mulher.
Nenhum comentário:
Postar um comentário