sábado, 23 de abril de 2011

Não há mais tempo para a invenção de amores. Envelheço. Vejo as rugas, as covas, os desgastes do meu coração. Quando leio um verso, sou incapaz de guardá-lo para outrém. Toda a poesia é para mim. Para a minha desolada solidão. Movimento egoísta. Estanco o-que-podia-vir-a-ser com poemas: meus, da Cecília, Hilda, Ana, Ilma, Gilka. Poesia feminina que me atinge nas partes mais baixas. Atingindo meus cabelos, seios, clitóris. Sou uma mulher (des)esperada. À espera da pessoa certa? Do romance perfeito? À espera de esperanças que insisto em manter vivas? Não mais. Nnguém à espera. Desesperançada, desmotivada, descompassada, des. O quê mesmo? D-E-S-E-Q-U-I-L-I-B-R-A-D-A! O prefixo a me provar que as coisas podem ter existido, mas agora elas morreram, não existem mais, des-existiram de mim. Desavisada, tentei me erguer nnos últimos meses, tentei ver o mar, escrever, cantarolar umas canções femininas: Vanessa, Tiê, Céu, Marisa, Janis, Norah, Ângela, Shakira. Todas essas mulheres nos meus ouvidos a me convencer a desacreditar no amor. Sofrimentos alheios tão meus. Desgovernada, descompassada, desarticulada me vejo des(conhecida) de mim. Sem saber ao certo o que isso significa. A repetir as mesmas palavras, resposta para todas as perguntas: - É o desamor!

2 comentários:

Manuh das Oliveiras disse...

Deveria se intitulado Manuh...mesmo sem querer (ou não) isso é um espelho meu...um reflexo, uma sombra de mim.

amo

Fláviabin disse...

Foi bom conversar com você hoje.
Mesmo com umas verdades crueis vindas de você!

amo amo