terça-feira, 3 de maio de 2011




Ela põe as mãos onde não deve.
Naquele espaço-esgoto
onde te escondo. No sujo
canto onde te guardo,
no frio leito onde gangrena.
Ela mexe nas tuas cascas
- sem luvas, máscara, esparadrapo -
Com unhas, bactérias, calos.
Se por acaso você sangrar?
E a minha pele salvaguardada
E o meu corpo templo-casa
A minha mente putrefata
Se o meu eu se inundar?
E minha vida tão pacata
compadecida, inviolada
com essa ferida guardada,
se ela se rebelar?
Talvez ela torne, retorne, volte
Se assuste com o corte
E perceba ser bem melhor
não te tocar.

Um comentário:

Manuh das Oliveiras disse...

contaminação simultânea....
te deixo tocar na minha ferida...sem luvas e com as unhas cheias de bactérias!
amooooo

te deixo brotar no meu solo...te deixo brotar, crescer, florescer em mim