sábado, 26 de julho de 2008


Eu queria uma casa no campo, para plantar os amigos que não sobraram em minhas mãos, e os amores que apodreceram aos meus pés. Casa para criar as três filhas que prometi a última amora apodrecida. Casa para corroer minhas unhas. Para te ter em meus braços, apodrecendo naquele seu colchão velho que tanto amei, que rolei como uma amora apodrecendo. Casa para rabiscar as paredes! Para diminuir você até o último suspiro! Lar doce lar. Doce feito de casa! Lugarzinho para esconder minhas mágoas e chorar os seus maltratos. os teus maltratos que compreendo tolamente. Os seus segredos que acabo descobrindo, a tua sacanagem que não gosto. Vamos lá assistir o enterro da minha última quimera. Pega o cálice que deixarei na sala aconchegante, ao lado da tua poltrona preta, nesta casa. Bebe o vinho deste cálice e solta o seu sorriso cor de fogo. E as paredes não serão cor de laranja, nem vermelho, só haverá palavras escorrendo nas infiltrações - assim como o Gilberto que vivenciamos - Não haverá as suas mentiras torpes. E as únicas transas serão as nossas, as cartas que receberias serão interditadas e as compras no supermecado não serão feitas. Comeremos aqule biscoito mole que passou minha fome... Encostaremos na parede, e no outro dia depois de ter virado a chave na fechadura, vamos nos encontrar numa casa qualquer repleta de pessoas que já beijaram essa boca que beijei e assim saberei que estava certo em não acreditar que eu era o primeiro

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