terça-feira, 3 de junho de 2008

Soneto de morte

Se eu pudesse te beijaria até o sexto andar
E faria você cair de lá com um suspiro
Espatifando os ossos no asfalto molhado
E derramando carne em minhas mãos

Te devoraria, antropofágico
Roeria tuas mãos, dedos, unhas
Pupilas e poesias dilatadas
Escorrendo de tuas veias

Nadaria no mar sangrento do teu rosto
Pouparia tuas últimas respirações
Enforcaria seus últimos desejod com meu pés

Cataria suas palavras derradeiras
Formaria um verso em pleno ar
Para embalar a tua (nossa) morte

Um comentário:

v disse...

Um brinde à ironia do antropofágico!
Faz da morte um alimento pra vida.


v