quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

- Te Quero como quem mendiga

Não mais repito isso.
Ao contrário, te tenho do
outro lado de mim. Despejado
entre os cacos. Entregue ao
canto onde coexistem o pó,
o suor, o desamor.
Escorrestes pelos poros?
Como o suor que me queima
as carnes? Ou deslizastes como
sempre por qualquer lugar?
Não. -É sim mais uma negativa.
Atroz, como todas as verdades.
Não quero tuas respostas.
Me livrei de ti como quem
limpa a sujeira das mãos
nos quadris grávidos.
Te varri como quem limpa a
casa e vende os móveis. Todos.
Os móveis. Agora nesta casa
minha, só eu reino. Um momento
egoísta, só meu. Onde você
não existe . Não reflete mais
nos espelhos, nem aparece atrás da
porta quando a fecho. Onde não
te respiro, não te toco, não te tenho.
- Múltiplico as negativas.-
Uma vã tentativa de preencher
esse espaço. Só meu. Essa casa.
Vazia.

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