domingo, 8 de fevereiro de 2009


Quando eu lembro que te beijei, meu intestino revira. Há um rebuliço, um mal estar em mim que não passa. Ao recordar que minhas mãos percorreram seu corpo, tenho náuseas, asco. Abaixo minha cabeça e tenho vergonha. Esse passado não se apaga escovando os dentes, nem com os meses que se arrastam. Perdura latente, em cada corredor que transponho, em cada labirinto que adentro. Minhas culpadas mãos, mil vezes lavadas. Minha boca áspera,os nós dos meus dedos calejados. Fomos farsa. Música que não se toca, verbo que não se rasga. Hoje existe apenas o teu rancor e o arrependimento meu. Esteve sempre com a verdade, não nos completávamos em nada. Não poderia dar certo. Eu fiz a escolha errada e hoje sofro com essa tosse seca e as baforadas de cigarro alheio. E choro madrugadas adentro, enquanto novas conquistas são conquistadas por outras mãos: sãs.Prometi não mais idealizar o amor, isso faz anos, hoje me proponho a não querê-lo. Não tê-lo me impulsa a repudiá-lo. Louco. nisso me torno a cada tentativa frustrada e me deparo com felicidades alheias que não posso compartilhar e sim invejar. Tolamente. Invejo tanto amores mal passados. Visitas ao parque da sementeira. Beijos roubados. Namoro que perdura e todas às tardes tem o destino certo que o Augusto Franco/ Beira Mar conduz. A paixão não é má, apenas parabólica, e eu não consigo estar nessa frequência. Sou um tanto bicho! Um tanto fera. Tanto. amedontro. Repudio. Liberalismo de mais mata o corpo da gente, cara. Cultura demais. No fundo eu só queria ser gordo, feio, burro, alienado e completamente feliz.

Um comentário:

Fláviabin disse...

Eu também eu também...
Mas a gente já tomou a pírula já saiu da matrix e agora e sangue cara, agora é dor. E você até parece que se apaixonou por um músico que nem eu tantas outras vezes...

bjoOO para um texto bom, bjo pra um amigo melhor!