domingo, 5 de setembro de 2010

Nada poético!

Eu queria compartilhar com você uma porção de coisas: o medo, a vergonha, a fraqueza, essa ânsia. Queria que estivesse mais perto. Já sei que estamos distantes e agora a distância física -ao contrário do que imaginava - me dói tanto. E quando eu ouço as tuas ameaças vejo como é igual aos outros, vejo como estou repetindo as histórias, repetindo outros em você. Sei que sou o único culpado e ela já havia me dito que ficaria sozinho mais dia menos dia, não precisava repetir. Eu sei que você vai embora, eu já sinto - premonições que tenho sempre - que está indo. E vou te perdendo cada vez que abro a boca - sina minha. Fico pensando nas coisas que você nunca poderia me acusar e só me vem uma a cabeça: de não te amar com as entranhas. O resto eu sou mesmo, possesso demais, ciumento idem, vóluvel e dramático em excesso. Essa insegurança toda é a certeza de que não vai ser para sempre, que não vamos envelhecer juntos-sós. Eu fico pensando na minha culpa e não posso deixar de ironizar a tua perfeição. Estamos num estágio que nada mais se salva. "We're gonna be sinkin soon", já dizia a Norah Jones. E o que eu queria te falar seriamente é que não está sendo legal mesmo, que eu sofro muito com tudo e está na hora de dar um basta. Mas aí, 'masoquisticamente' eu sei que quando parar eu piro, ficarei muito pior. "Quando você sofre eu não passo bem". Assim como você eu tenho tanta coisa não dita. Assim como eu, você pode falar:
- Pega essas coisas não ditas e enfia no cú. Porque eu vou fazendo outras coisas com elas.

Um comentário:

Fláviabin disse...

eita medo!
gostei "vc só não pode dizer que eu não te amei com as entranhas..."
as vezes eu acho que sou só poesia, drama, ossos e entranhas. Nada mais, nada menos.

Porque somos tão dramáticos?!