quarta-feira, 28 de janeiro de 2009


Há um nariz de palhaço embaixo da minha cama. Não consigo visualizá-la como máscara, nem disfarce. Representa a minha falta de tato, atuação, pontuação. Vejo no meu quarto o que tento ser e não consigo. A inocência talentosamente exata versus a criatividade tipicamente regional. Numa cama plantas corroídas por metros e metros de eletricidade, do outro lado cordéis pendurados. E minha cama pende, mas não desaba.
Eu já tentei escrever poemas, um livro, mas minha sensibilidade não flui. Já tentei ler Os desvalidos, estudar coisas da faculdade, escrever um artigo... Não dá! Eu não sei me expressar, é isso! Verdadeiramente não sou um personagem, nem tenho o perfil que atrai. Não me pintem uma máscara maior que o meu rosto. Eu não quero que o ócio agrade. Ele não deve jamais agradar. Mas tenho dormido tanto.
A ponta do grafite ameaça cair... Troco três canetas bico fino (como antes me agradavam) em um lápis como apontador. Saudades Flor, você faz falta, prometo aguar tuas plantinhas amanhã.

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