quinta-feira, 15 de janeiro de 2009


Tudo isso me irrita tanto, meu bem. Todo esse descompasso, esse silêncio, esse corpo pequenino se expressando em fuga. Enquanto corro atrás e vejo apenas outros amores, outras amoras do seu campo, enquanto na nossa casa, as fruteiras estão infertéis, as paredes descascadas e o teto desabando. Desabamos! "Meu mundo... Caiu!", talvez seja isso, caiu mesmo, meu orgulho, meus brios, minha vontade, meus desejos, a honra de nunca ter me curvado, me humilhado à você. Isso te tornava diferente, novo no meio da velharia. Todo esse teu desprezo te iguala. E iguais não somam equações. Cada dia me canso mais de carregar a culpa nas minhas costas dos erros. Se perco por ter dito as palavras derradeiras, pecastes por inércia. Inerte só a mim. ainda me iludo que representei um pouco ou mais nessa farsa. Errei por exigir uma lutinha que fosse, mas a guerra só veio para outros braços, não castos, insensíveis aos meus olhos. A lilith me mostrou que assuntos inacabados acabam um dia. Talvez o nosso acabou mesmo. Estou sim entregando os pontos, impostarei meu nariz, tirarei o pó das mãos e dos calos, deletarei as músicas e não verei mais. Imerso numa cegueira leitosa, assim é melhor. Para não atrapalhar. Para não receber nenhuma resposta, nem tirar nenhuma conclusão do que leio. A Maysa errou também, traiu, mentiu mas amava sem calma! Mudou tanto! e não foi graças a mim, e o fato de não me querer me atrai profundamente, mas largarei o cheiro, desinfetarei os hematomas e rabiscarei teu nome de todos os meus textos. Porque não há mais poesia com a tua ausência!

p.s: Fiz promessa para que junto com a senha tenha perdido o meu endereço também!

Um comentário:

Anônimo disse...

Eis o melhor que já li!