terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Como descrever tudo isso? È um misto de dor, revolta, humilhação e muito amor descompassado. Eu sei onde anda o teu pensamento, tentando se esconder do enfrentamento, do cara a cara com ele. Te vejo fugir dos dois. Escorregas até quando? È duro não representar nada, cruel não ser ninguém . Ser apenas outro entre tantos! E parece que desvias. Eu me sinto tão anti-poético ! Queria usar apenas símbolos, aqueles extremamente triviais para demonstrar o que sinto. Tipo coração espetado! Molho de chaves abandonadas. Eu queria apenas você perto. Como antigamente, sei lá! Se permita, nos permita apenas uma tarde na sementeira, como antes. Quando não havia a tua tatuagem, quando o teu piercing era outro, quando eu tinha medo e sonhos. Quando ainda silenciava, e era duro dizer “te amo” . Quando os olhos se encontravam vorazes e não se desgrudavam, e a maior ofensa era um “que foi?”. Me permita por algumas horas viver um sonho que não volta, me permita. Se permita. Porque apesar de tanto desprezo ainda há um pouco de vontade. Não acredito que tanta erva, ao invés de ter te deixado em brasa, enregelou seus sentidos. Não posso crer no teu não. Não posso crer que treme... Por medo de enfrentá-lo? Eu estou bancando o otário nessa história toda, não é mesmo? Eu peço para voltar, porque não quero recorrer aos teus erros. Erros que junto as minhas palavras derradeiras tornou um amor tão lindo: vulgar.

2 comentários:

Anônimo disse...

Gosto dos seus textos, não da tematica em si, mas de como você se expressa, suas palavras são regadas de tamanha intensidade e sentimentos que nunca mais havia me deparado com algo semelhante.

Desculpe-me a intromissao em um espaço tao particular, principalmente por nao me conheceres e eu vir ate este postar um comentario desnecessario que talvez nem chegue a ser lido.

Mas enfim, como dizia Lispector,"Pensar é um ato; Sentir é um fato"

Que encontres boas coisas para serem roidas e cuide-se moço.

Ate mais!

Fláviabin disse...

passei por aqui e li. Chorei um monte. As vezes acho que a sua dor é minha. As vezes acho que a minha dor é tua.

Somos dois e o escandalo somos nós assim sós.