terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Ele não olhou, virou pela garganta mais uma dose e lambeu as pontas dos dedos. Era sempre o sinal de desagravo, durante as brigas. Simbolizava a indiferença, representava a imagem de desaprovação aquelas palavras ditas por ela.
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Manifesto ao teatro II

Se é ressentimento, rancor, despeito, dor de cotovelo? Não. È apenas memória sendo feita. Porque um dia alguém vai ler isso e perceber o quão cruel é o mundo lá fora que não permite que cresçamos aqui dentro. A culpa é de muitos, até se chegar na injustiça de hoje, com o estopim doméstico, há tantos setores, tantos absurdos, tantos sonhos aprisionados e escravizados por tantas mãos que nunca vi. Se há vontade de parar, de desistir, de esquecer? Há. Muita. E não é covardia, falta de senso, preguiça... É apenas um ferro que dilacera o peito há anos. Que nos deixa um bagaço como puta velha, como a Neusa Sueli. Porque cansa acreditar no outro, e desacreditar sempre. Cansa ver tanta gente sendo iludida, enganada com falsos talentos. Vá ver que estou nessa legião de enganados. Eu quero um pouco de honestidade para a gente, nós todos, que lutamos a ferro e fogo e sempre nos fodemos com o cú do outro na mão. Porque no nosso há sempre mais merda não é mesmo?
Quero mais vontade de vencer, de criar, de permitir ao outro a viagem. E se caso haja poltrona para outras pessoas, porque não embarcamos? Ora, seria tão simples se permitissimos à todos conquistar seus sonhos. E viajaríamos muito mais. Não há apenas uma forma de fazer. Não há apenas uma palavra última monárquica intransigente. Quantas vezes calei por respeito, não a representação de outros, mas respeito aos seus sonhos, às suas vontades. Sem que para isso julgasse seus meios. Hoje sei que influência é uma via de mão dupla. Mas má influência nunca cometi. Não aqui, nesse sonho que sonhei junto-sozinho-junto-sozinho.
E se acaso decidi que não vale mais a pena, valeu muito até agora. Certas certezas não se apagam. Mas chegou a hora de relembrar o menininho que se via na revolucionária da escola, que não admitia injustiça, preconceito. Hora de perder, pra ganhar em outro lugar
*Ilma Fontes
** Qualquer coincidência é mera semelhança
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Você já saiu de casa? Arrumou suas malas, ou foi posto para fora?
Quando era criança eu tinha essa mania. CHorava horrores. Aos prantos ia jogando as roupas dentro da mochila: shortes, camisas, cuecas, escritos. Jogava tudo dentro, mas não fechava o zíper. Sentava e enxugava as lágrimas amargas de um filho incompreendido. Então, minha mãe vinha sentava ao meu lado e me dizia algo reconfortante. Quando era meu pai, mandava que tomasse um guaraná com biscoito recheado. E aí eu me conformava, a rua era perigosa, não tinha dinheiro e os amava. Além do mais adorava guaraná com biscoito recheado.
Agora, é a hora de arrumar as malas, mas não há shortes, camisas, cuecas, escritos. Há apenas algumas técnicas incorporadas ao corpo, algumas certezas de vida que serão postas à prova. A convivência com duas ou três pessoas adoravéis. Não verei mais os defeitos de Cacilda Becker, não ouvirei os sábios conselhos do velho-novo autor, não compartilharei do silêncio mais reconfortante de uma peste.
Seguirei dias mais amenos e poderei conferir aquela série de tv tão querida, receber familiares com calma, discutir em sala de aula as leituras da véspera, escrever bons artigos científicos - pena que não dá mais para tirar um 10 no James - . Poderei ficar de bobeira, ler um romance de Veríssimo. Sonhar mais com meus próprios projetos. Montar as bonecas de Luzinete, porque não? Correr atrás dos velhos amigos e implorar atenção. Engordar alguns quilos. assitir sessão da tarde, me irritar com o tédio do domingo, escrever algumas cartas (escrever um conto, escrever um romance que não terá fim, escrever uma nova peça que será engavetada até que outra seja escrita).
O que não pode acontecer é sentar, enxugar as lágrimas, esquecer as afrontas, deixar o zíper aberto, contentar-se com migalhas. É preciso sair de casa dessa vez. Não compactuar mais com a representação equivocada de um pai. Dar adeus a um trabalho sem recompensa moral, nem ajuda de custos. Não precisar medir palavras. Crescer. E te deixar aqui... afundando.
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Uma história de parafusos
O caso é quando a ponta e as curvas do parafuso se adaptam ao buraco em que viveu socado. Quando está impregnado de poeiras das indústrias fétidas e sabe que não servirá para outra martelada, e o que lhe resta então, senão sucumbir à caixa dos parafusos usados que passam os dias ameaçando greves contra os industriais. Greves que nunca saem dos sonhos porque os parafusos precisam da aceitação de todos os membros parafusos que se negam por estarem profundamente socados no velho buraco que a cada dia cresce e se distorce.
È quando o atual parafuso passa a velho e esbarra no antigo, mais velho ainda, que zombeteiro deseja dias piores por não ter cavoucado em mais poeira. Com o tempo passa a esperar que o novo parafuso envelheça e seja retirado do seu posto na mesma condição.
O mais triste não é a propriamente a substituição, mas os momentos anteriores a ela. O momento em que se adquire o novo parafuso, a hora em que lhe tira o objeto que sustentava durante todos os dias. E o mais temível a chegada do martelo para lhe retirar do trono e martealienar o novo parafuso. O parafuso velho nunca é jogado fora, apenas vai parar numa caixa de costura, numa velha gaveta, sonhando ter serventia ainda.
ps: Apenas uma metáfora para dizer que o fim chegou e não há mais pão doce!
sábado, 26 de setembro de 2009
Senti tua mão na minha
Agora, tendo a tua mão na minha
Eu sinto entre nós o Atlântico"
(Drummond)
Adormecido, parecia morto. Mas eu te tinha em mente são e vivo. Durante o longo trajeto esperei por um interrupção, um pedido que aliviasse aquela espera. Que me deixasse desculpar-me pela ausência de culpa. Em minha mente repetias:
- É um distúrbio!
E eu te respondia:
- Te pago um analista. Fora das paredes da minha casa, és minha família.
E percebo agora que debochava. Sarcástico, sádico: ria. E a vodka não barata omitia esse detalhe tropêgo, assim como as tuas ações soturnas. Compreendi que o fator sexual importava, imolava, enquanto para mim é algo trivial.
Comentaram sobre teu corpo, sobre o teu preço. Te compararam a um vestido numa vitrine. Como aquele com uma rosa de brilhante que detonou com a Leotina. E me disseram:
- Como numa vitrine, apenas para olhar.
E eu respondi:
- Talvez compraria.
E outro me disse:
-Compraria e não usaria
E eu reagi:
- Compraria e guardaria no melhor dos cabides.
E usaria até o desuso. Até as primeira manchas, os primeiros furos. Usaria numa alucinação diurna, diária, diacrônica, jamais sexual. Porque é tão difícil entender que o Gozo é infinitamente menor que o Amor?
Entendi então que fugiu, de um confronto desnecessário. E após ter me feito de palhaço, me tornava tolo. Retornei realmente ao jardim de infância onde implorava do outro lado da rua, separado por uma faixa de pedestre, um abraço.
E empunhou uma chave, mas eu não tinha nenhum cadeado. E esperou até o último instante para saltar. E eu imaginei que continuaria. Fechei o livro e pensei em te dizer que evitei ler a morte da Ùrsula. Talvez incentivasse que eu devorasse a solidão. Então quando as portas se abriram foi o último a descer se despedindo . E eu senti falta da mão estendida que recusara. Percebi entãoi que jamais a ignoraria novamente. E eu disse quase sem força uma despedida. Mas não olhaste em minha cara. E vi suas costas pela janela. E meus olhos secos arderam áridos.
Então repeti que nada significava. Pensei em escrever. Mas receei que se tornasse apenas linhas. Desejei um conto . Porém era pessoal demais para ser subjetivo. E conclui:
- Basta pôr um título
domingo, 6 de setembro de 2009
domingo, 30 de agosto de 2009

segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Um dia, meses depois de encontros em corredores com café, olhos, e livros embaixo do braço e entocado na mochila, ele se encontram novamente. Dessa vez, numa sala pequena e apertada com quatro paredes sufocantes e asfixiadoras, ele era o tirano do giz e ela a torturada presa a uma cadeira de onde desejava sair imediatamente.
Cabelo detalhadamente cortado, camisa listrada azul e branco, e café na mão, não pronunciou uma única palavra até terminar o café de outro corredores intermináveis. O café por alguns momentos era tão melhor que ela. A cada gole percorrido na garganta ela era tão pequena. O copo virado a tornava inferior e se encolhia cada vez mais. A caixa toráxica se espremendo entre os ombros. Até que ele se apresentou e trocou algumas palavras com ela. Então disse como quem comenta frivolidades:
-Já me aconteceu isso.
E ela saiu como se pisasse em plumas brancas, esperando o próximo encontro com as mesmas paredes "sartririanas", o mesmo giz na mão e o café sempre presente mas prestes a ser jogado no lixo em troca das palvras que ela pretende proferir.
sábado, 18 de julho de 2009
Eu não concordo!

terça-feira, 14 de julho de 2009
Inconstante:sou eu!

segunda-feira, 13 de julho de 2009
Luto à minha criatividade!

domingo, 5 de julho de 2009

sexta-feira, 26 de junho de 2009
Só
quarta-feira, 24 de junho de 2009


terça-feira, 23 de junho de 2009
quinta-feira, 11 de junho de 2009
sexta-feira, 5 de junho de 2009
domingo, 24 de maio de 2009
Amar o teatro não em mim, mas no outro

domingo, 17 de maio de 2009
Amorfo Amor
Amorfo amor devora-me sem cor, sentidos ou qualquer outra forma de traço. Amorfo amor, degluti-me antes que amanheça e percebam nossa ausência, meio Calcanhoto e Caetano: antropofagicamente lento. Antes que atravessem esse oceano amorfo do nosso amor que separa nossos continentes. Amor, fora é só traçados que não me cerceam. Paremos então nos cumprimentos de todos, nos olhares incrédulos, e permitamos que vejam, que olhem que parem. O que interessa são as nossas linhas descontínuas, nossas nuances, nossos espirais incertos. Caminhos amorfos formam amores fortes. Festejemos então oh, querida. A primeira partilha será como a última: sem formas. O meu amor amorfo amadurece como amoras apodrecidas. Repito isso, pois é minha forma amorfa que transparece assim amor. E se apodrecer, haverá próximas primaveras próximas para realçar outros amores amorfos, sem formas como o nosso, para que sejamos eternos e únicos.
domingo, 10 de maio de 2009
Não preciso, nem quero ser guisado nem mexido de insensíveis que não compreendem como as coisas funcionam na minha cabeça. Há muita pressão e pouca reflexão.Aaaaaah!
quarta-feira, 15 de abril de 2009
A ARTE DE ATUAR

O verdadeiro ator é aquele que se apresenta para qualquer público. Como o palhaço mambembe da ATALAIA NOVA/CENTRO. O ator não se amostra, o ator não ostenta vaidades e belezas. O ator é feio e só tem graça quando incorpora outro personagem. A arte de interpretar não pode ser vista como um mero deslumbre, como uma roupa nova e repleta de decotes. O ator não é uma menina mimada. Muito menos um trago de cigarro. O ator é versátil e flexível. Ele traz na bagagem a experiência de vida e a imaturidade de quem sonha. A arte de atuar não tem a ambição de enriquecer, nem o deslumbre de se amostrar. O ator silencia diante de seu personagem. A sua divulgação é a sua cara, que é a dada à tapa de sol a sol, dispensando tratamentos de beleza. O ator ama o teatro e não o que ele pode te ofertar em bens ou em idolatria. O ator não usa o nome do teatro em vão. O ator aprende com uma personagem e volta a ser analfabeto para interpretar outra. O ator não tem preconceitos. O ator abraça outro ator e se vangloria com o talento do outro. O grande ator interpreta qualquer personagem. O grande ator expressa sua opinião, mas não a julga verdade absoluta. O ator ama qualquer forma digna de interpretar. O grande ator considera qualquer ser humano um ator. O ator tem como seu maior concorrente e como seu maior amigo o povo, de onde extrai sua arte. O ator só engrandece. O ator concilia. O ator se ama em cima do palco e na platéia. O ator ama seu personagem e o seu roteiro. O ator coleciona interpretações.
domingo, 12 de abril de 2009

Respirando aquilo que as folhas dessas árvores tem a me oferecer: penso! Em todos os olhares de revolta lançados durante a semana, nos beijos dados outrora. Na insegurança que paralisa a escrita na terceira linha do texto, na confiança dada cheirando a atestado de incompetência.
Tenho refletido sobre cada comentário ácido e laranja que tenho pronunciado, e talvez esteja errado. De fato, não é a melhor forma de combater as farsas representadas pela mocinha puramente santa. Quem sabe deixá-la a seu bel-prazer até que haja a verdadeira revolução em sua mente? Ou quiça permitir que permaneça mergulhada nessa farsa que falseia as paredes desta tua vida vazia?
Como me sentir seguro agora? Com o teu atraso, com a ausência dos teus telefonemas, com o seu estado civil permanente? Temo que meu cheiro não tenha impregnado totalmente tuas carnes, que os seus velhos sentimentos tenham te tentado, e que minhas palavras esvaneçam. Que o arrepio dure e cale tanto silêncio.
Degustei muito glacê branco e adoçei a vida. Vida boa, textos ruins. Mente sã, poemas coxos. Essa falta de poesia e prosa na minha vida anda subestimando-me. Como prosseguir com os sonhos que ditam as palavras, se há apenas preguiça, sono e paz?
Não quero que a confiança depositada se quebre, pois dela depende minha estadia. E estar, me preocupa muito. A alma negra espera que eu sucumba, mas sucumbir neste caso é ser covarde. E pusilanimidade, só a 16... Jà passo dos 18
quarta-feira, 8 de abril de 2009

Machucada e ferida revigora-me sempre e cada dia mais! que teu cheiro e meu cheiro seja um só. E que dure! Pois talvez, eternidade é o momento há pouco, onde fui tão feliz. Banal talvez essa necessidade de carinho seu, essa ânsia que se dissipa no ar com sua ausência. Tua boca: arrepio, tuas mãos: sofreguidão. Que dure, que cure!
segunda-feira, 6 de abril de 2009
sábado, 28 de março de 2009
Antigooooooooooona.... Já estava na hora

Depois de anos - leia-se dois - de intenso processo e trabalho árduo, finalmente a já antiga Antígona estreou na estreia da Sala Sergipana de Espetáculos ontem no dia internacional do teatro e do circo (27/03/2009). Casa lotada, o fervor reinou numa arquibancada singela. Olhos atentos perseguiam cada nuança, cada movimento dos atores. Os erros fizeram parte da apresentação, mesmo os simplórios que poderiam ser evitados por pessoas sem atenção e dedicação precisa. E a roquidão me acompanhou mais uma vez. E se apoderou de mim como fio de alta tensão mais enroscado que o cinto que aprisiona o Tirésias. Para alguns o efeito foi ainda melhor, mas para mim, foi perder um trabalho construído em cima de muitas dores físicas e espirituais. Talvez a força de conseguir completar a cena tenha sido a única recompensa. E o elogio no fim não se destinava só a mim, mas também ao antigo Tirésias que construiu boa parte do meu atual trabalho. Mas a energia de estreia ainda irradia nestes poros.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Encaminho-me para o fim. Enquanto guardo na garganta rouca a expectativa de estreia, engulo a certeza dos dias contados e já proferidos. Ao mesmo tempo guardo no peito o medo de parar, de não prosseguir, de sucumbir enfim! Enquanto mais uma frustração amargo, vendo ricochetear outras aspirações que não me submetem a nada além do asco, da insensatez, do destempero autêntico! Prenunciam as emendas que se que virão... As substituições, as ansiedades. estou próximo. Talvez nesse dia, esteja em volta em trevas, tomando vinho numa taça.
segunda-feira, 23 de março de 2009

Tenho vontade de tomar para mim a saia rodada de toalha de mesa que Flávia desbunda todas as outras meninas, e rodar, rodar, rodar... Até desmaiar de êxtase. Não sei se felicidade são esses dias pintados de xadrez roxo e vermelho, mas calmaria me traz uma letargia angustiante. São os passos na escada não dados... A trança desfeita... O processo não evitado...São angústias que me fazem dormir na rede do corredor. Indecisões que não passam, permeiam. As perguntas que não silenciam numa boca muda. Desejos que não se completam, não são permitidos. Faltas computadas. Fisgadas no joelho, a saia encobriria minhas vergonhas
quinta-feira, 19 de março de 2009

Há meses posto aqui que ando a ler Os Desvalidos, fato que não acontecia. Comecei a lê-lo agora e estou estarrecido: como, tendo nascido tão próximo a mim, esse nobre senhor se manteve oculto de minhas leituras? As páginas em que preguei meus olhos me afiguravam como uma realidade intrínseca. Os lugares pelos quais Coriolano passava, as calçadas não descritas, a vizinhança pouco pronunciada, tudo me parecia tão familiar, tão meu. Independente dos anos que o contexto histórico da obra me afastava: senti-me parte desse processo. Minha memória afetiva reteve-se durante toda leitura a minha infância, com meu pai passando os mesmos privilégios e os mesmos dissabores que o protagonista, as velhas fofoqueiras que se acumulavam no parapeito, os doces que me viciavam, os amigos hoje ocultos. O Dantas me trouxe a lembrança de pessoas que estavam desvalidas dentro de mim, como é importante recuperá-las sempre.
Acho que é uma boa pedida para o meu pai...
sábado, 14 de março de 2009
A ausência de toque, paralisa-me
Não canso de implorar o seu-sem-sentido
que me força a verter sangue pelo ralo.
Quando vai atentar-se do pecado
De me deixar aqui: só.
Quantas vezes terei que bater na porta
para pertencer-te novamente?
"Abre essa porta, vai por favor,
Que eu sou seu homem vil"
Minhas lágrimas nunca antes derramadas
agora brotam a cada texto servil teu
Como queria estar nesse pedestal
E roubar a tua literatura.
E sonhar sempre com casas rabiscadas,
com as lembranças que são só minhas.
Com teu corte de cabelo antigo,
com a mesma farda límpida
Teus únicos rabiscos são nos olhos,
Vermelhos como os beijos de outrora
Fruto da erva que ostenta nos bolsos
E que repudia a minha história;.
Emprestarei minha biciclea,
para que pedales até o táxi que almeja
E chupe todas as balas e pirulitos
Que tua nobre inocência renegou.
Enquanto peço:
"Abre essa porta, vai, por favor,
Que eu sou seu homem, viu?"
sexta-feira, 13 de março de 2009
Para ser Tirésias

Èpreciso sujar de vermelho,
a parte interna das coxas,
e espancá-las com afinco
Correr, numa velocidade indomável,
mesmo que te acorrentem pela cintura.
Subir andaime e falar enquanto isso
Ser cão: rastejar!
Contorcer-se!
Diferenciar as falas de um mesmo homem
Incorporar uma entidade
E ainda amedrontar o público
terça-feira, 3 de março de 2009

Tirésias não é meu, isso é fato. Não é simplesmente por não ter sido eu o autor de tamanho feito; falo da atuação em uma montagem em que às vezes parece que caí simplesmente de pára-quedas. Quando o vi pela primeira vez em cena, me pareceu impossível representar aquela mixórdia de crenças e desgraças que me apresentava, definitivamente estava fora das minhas possibilidades, do meu corpo que não sabia – e até hoje vacila - ao se expressar. Com um tempo, destinos se entrecruzaram, a proposta caiu em minhas mãos. Atenção nenhuma dispensei, aos poucos aquilo se tornou apenas uma faísca para conquistar um espaço que também deveria ser meu, espaço que necessitava –necessito, reconheço – Quando dei por mim, aquilo tornara um desafio. Ah, se meu irmão soubesse que pela primeira vez na vida algo me desafiou, e me entreguei a todos os sofrimentos morais e psíquicos que meus nervos não de aços poderiam suportar. Engoli uma vitória em meio a lágrimas que admirei e me ofuscaram. Uma vitória com o sabor amargo de coito interrompido. Depois uma substituição com cara de atestado de incompetência. Um longo caminho que me trouxe de volta a você Tirésias, com seu cheiro que impregna meus cabelos durante a semana inteira, com meu provar-se incompetente. Hoje, pesa em meu pé uma inflamação de um calo feito por ti, e na boca falta um pedaço de um dente que não fere minha vaidade, mas anuncia a perda irremediável e dolorosa de outra perda no mesmo céu. Tuas marcas hoje me preocupam! Tuas dores, latentes em suas trevas me dói agora, e não é apenas uma dor mental, caótica, agora é física! Em um corpo que lembra a minha velha e malfadada infância, que tolamente se protegeu de um mero vilão, que hoje torce para que da boca, dentes e dentes perca. Precisamos, velho Tirésias, resolver as pendências, consertar as mágoas e entrarmos num acordo. Talvez também não me queira, mas me disponho a sê-lo. Se isso não te basta, apenas me poupa! Para amargar um fracasso, vodka barata é insuficiente, mas as dores físicas em meu corpo não cessam, em minha boca me diminui muito. Não dispara as tuas flechas contra o meu coração...
p.s: Licença aos artistas maravilhosos da foto! E a fotógrafa Moema Cos
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Trata-se de uma declamação intestinal, com o que há de mais excretor em mim. Se os meus sentimentos fossem apenas matéria para divulgar um blog que não divulgo, seria mais fácilpintá-lo de rosa e escrever a la florbela Espanca, ou Gilka Machado. Há algum tempo a pretensão de ser literatura se esvaiu das linhas dos meus texto. Há alguns meses quenem sei ao certo o que é literatura (apostilas se acumulam na estante da minha consciência). Escrevo o que quero dizer e não esquecer, pois a memória é fraca e como reles mau autor, as palavras se costturam em minha mente de forma que não sei às vezes desemaranhá-las...e paro! porque a única coisa que realmente sei fazer é parar! Se já maie? Amei. È amor o que sinto. O meu amor. tão meu, que palavras superiores não o furtará, não esfacelará 9ninguém) o meu bem precioso. pra mim amor é troca sim, independente do que se receba de volta, porque amor sem troca é servilismo que beira à insensatez. Penso assim.
Recuperei a voz e os sentidos, não mais implorarei amoras que já caíram das àrvores. Permitirei que se transformem em aduboa para as minhas raízes. Só quero permanecer quieto, em meu espaço, sem ter que ser chamado para o duelo, pois levantar a bandeira da pusilanimidade foi o único ato de bravura que pratique. Permitam que minha mente seja a csa pré-fabricada que não li e não passem com esse trator acadêmico - ou literário - por cima das amoras do meu pomar. Não se preocupe, comprarei a tua poesia quando publlicá-la
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
domingo, 8 de fevereiro de 2009

Quando eu lembro que te beijei, meu intestino revira. Há um rebuliço, um mal estar em mim que não passa. Ao recordar que minhas mãos percorreram seu corpo, tenho náuseas, asco. Abaixo minha cabeça e tenho vergonha. Esse passado não se apaga escovando os dentes, nem com os meses que se arrastam. Perdura latente, em cada corredor que transponho, em cada labirinto que adentro. Minhas culpadas mãos, mil vezes lavadas. Minha boca áspera,os nós dos meus dedos calejados. Fomos farsa. Música que não se toca, verbo que não se rasga. Hoje existe apenas o teu rancor e o arrependimento meu. Esteve sempre com a verdade, não nos completávamos em nada. Não poderia dar certo. Eu fiz a escolha errada e hoje sofro com essa tosse seca e as baforadas de cigarro alheio. E choro madrugadas adentro, enquanto novas conquistas são conquistadas por outras mãos: sãs.Prometi não mais idealizar o amor, isso faz anos, hoje me proponho a não querê-lo. Não tê-lo me impulsa a repudiá-lo. Louco. nisso me torno a cada tentativa frustrada e me deparo com felicidades alheias que não posso compartilhar e sim invejar. Tolamente. Invejo tanto amores mal passados. Visitas ao parque da sementeira. Beijos roubados. Namoro que perdura e todas às tardes tem o destino certo que o Augusto Franco/ Beira Mar conduz. A paixão não é má, apenas parabólica, e eu não consigo estar nessa frequência. Sou um tanto bicho! Um tanto fera. Tanto. amedontro. Repudio. Liberalismo de mais mata o corpo da gente, cara. Cultura demais. No fundo eu só queria ser gordo, feio, burro, alienado e completamente feliz.
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Vai embora - ângela roro
Usasse toda a sua inteligência
E percebesse
Que é com você que eu estou falando agora
As suas vibrações me incomodam
Sua presença me perturba
Você nunca me ajudou
Por favor não me atrapalhe
Não se interponha em minha vida
Você não me é mais uma pessoa querida
Não se interponha em minha vida
Levanta, levanta por favor vai embora
Levanta, saia do teatro agora
Eu preciso de paz prá tocar e cantar
Dialogo com Deus!
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Põe a mão na minha cara e me esconde por favor! Preciso urgentemente de mãos cobrindo minha velha cara mascarada de tanta dor e cinismo. Cinico bem, imensamente cinico. Do mesmo modo que o Rodrigues, do mesmo modo que todos que julguei. Minto, a mentira é minha e ninguém compreende entende? A farsa que espalmava nos outros também se incorpora em mim, em todas as minhas atitudes que não repudio, não nego. O mentiroso de todas as vezes, percorrendo os bueiros, porque esgotos são um tanto poéticos, um tanto teatro. E eu sou muito menos que isso. Eu sou minimo. NãO cresci o suficiente, trata-se apenas de um tédio. tedioso eu, tedioso você, tedioso o mundo todo. O mundo roto, roxo, pouco! MAS MEU ENTENDE? Meu mundo repleto de faixas de pedestres que se quiser pode respeitar, se não atravesse antes do sinal verde e seja feliz! Seja feliz meu bem, muito feliz. quem sabe a gente não se encontre para tomar café e debater teatro. Quem sabe troquemos algumas máscaras e cantemos ângela Roro até o sol nascer de novo... Talvez discutiremos política... Você dirá os nomes dos ministros e eu direi que a única politica que conheço é a da Pagu. E gritarei que um dia nos veremos de novo... Por assuntos inacabados acabam um dia! quem sabe o nosso não termine quando seus lábios pintarem de vermelho o redor das minhas faixas... Passe por aqui! Atravesse, retorne
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Minhas dores e meu conforto: Fernanda

Saia dessa vida de migalhas, o vento já passou e você continua aí. Ele gostou, você sabe, mas és tão melhor, tão superior. Beira a inefabilidade da Antígona quando pronuncia suas palavras em cima do trapézio: Tédio. Talvez a palavra que resume todo esse amor congestionado. Não queria falar disso novamente, mas o livro do Stanislavski está me lembrando as aulas insuportáveis de Fonologia. Quando eu agia, eu agia, hoje me limito a berrar negativas. Sou uma negativa! Hoje levei alguém a uma rua deserta e trôpega, enquanto cantava à solidão que insisto em não me despedir. Olhos não meus, flertaram em mim, mas era apenas furto! A fernanda, me ensinou a gostar do dia assim que ele amanhece. Se o dia de hoje está ruim amanhã será melhor....
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Há um nariz de palhaço embaixo da minha cama. Não consigo visualizá-la como máscara, nem disfarce. Representa a minha falta de tato, atuação, pontuação. Vejo no meu quarto o que tento ser e não consigo. A inocência talentosamente exata versus a criatividade tipicamente regional. Numa cama plantas corroídas por metros e metros de eletricidade, do outro lado cordéis pendurados. E minha cama pende, mas não desaba.
Eu já tentei escrever poemas, um livro, mas minha sensibilidade não flui. Já tentei ler Os desvalidos, estudar coisas da faculdade, escrever um artigo... Não dá! Eu não sei me expressar, é isso! Verdadeiramente não sou um personagem, nem tenho o perfil que atrai. Não me pintem uma máscara maior que o meu rosto. Eu não quero que o ócio agrade. Ele não deve jamais agradar. Mas tenho dormido tanto.
A ponta do grafite ameaça cair... Troco três canetas bico fino (como antes me agradavam) em um lápis como apontador. Saudades Flor, você faz falta, prometo aguar tuas plantinhas amanhã.
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
domingo, 25 de janeiro de 2009
Não me pergunte o que falta, sempre falta. Talvez seja o vazio existencial do Dudu e da ISa, talvez seja eu apenas. Mas eu queria correr na frente e não te entregar de bandeja a ninguém. às veze sinto que as pessoas chegam a minha frente sempre, porque eu me recuso a lutar, lutas deixam chagas, e chagas eu não quero mais!
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O Laços e nós está um ano desativado. Um ano sem Carla, uma ano sem meu grande amor, sem minha vida, sem minha atriz, sem minha melhor amiga. Sem a única pessoa que realmente importava. Carla se cala! Parece estranho que ela mudou tanto e tenha me mudado deveras. Acho que a navalha foi direto na minha carne, esculpido e contornando cada detalhe que me prejudicou nesses trezentos e sessenta e cinco dias. Mudei muito, beijei quem queria, quem não queria, quem não devia. Fui submisso, corrupto, incorreto. Fumei amor, confesso! Todos os cigarros que repudiei na tua boca! E tentei inutilmente conservar alguns resquícios seus, mas acho que nem você os detém de fato!Amor, você faz falta, e nada será como antes, mas te quero de qualquer jeito porque raspas e restos me interessam!
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Anônimo
p.s: a frase da clarice me motiva sempre! inclusive faz parte da minha história, das minhas cartas, das minhas melhores amizades! Eu e Savanna escrevíamos um para o outro nos justificando com essa frase. POr isso seja quem você for mexeu muito comigo! Eu estava precisando disso!
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Stanislavski ! De novo, sempre, não ao pé da letra e adaptando!
“O ator hoje, tem muitas vezes de decidir se prefere ser popular ou ser bom ator” pg 20
-Buscar a verdade, a realidade e o estilo na atuação
“a presença do diretor em todas as representações melhora a disciplina e a fidelidade ao clima original dos ensaios, que, de outro modo, se arrisca a deteriorar-se durante uma longa permanência em cartaz” pg 20
“mas no teatro vivo falta escritores, escritores capazes de trabalhar junto com diretores”
“È difícil despertar a vontade criadora, matá-la é facílimo” pg 29
“Enquanto a atuação ,mecânica utiliza estereótipos elaborados para substituir os sentimentos reais, a sobreatuação, o exagero, pegar as primeiras convenções humanas de ordem geral que aparecem e dela se servem sem sequer defini-las ou prepará-las para o palco. O que se deu com você é compreensível e desculpável num principiante. Mas tenha cuidado no futuro, pois a sobreatuação amadorística se transforma no pior tipo de atuação mecânica. Não repita esse tipo de trabalho sem sentido que nos demonstrou e que acabo de criticar. Terceiro, nunca se permita representar exteriormente e que nem ao menos lhe interessa” pg 57
“O que quer que aconteça no palco deve ser com um propósito determinado” pg 65
“A essência da arte não está nas suas formas exteriores, mas no seu conteúdo espiritual.”
“Em circunstância alguma, qualquer ação cujo objetivo imediato seja o de despertar em sentimento qualquer por ele mesmo” pg 71
“ È isso o que nós fazemos com a obra do dramaturgo. Fazemos viver aquilo que se oculta sob as palavras” pg 82
“A imaginação cria coisas que podem existir ou acontecer, ao passo que a fantasia inventa coisas que não existem, nunca existiram, nem existirão” pg 88
Preciso buscar imagens interiores
“Cada movimento, cada palavra que dizem, é resultado da vida certa das suas imaginações “ pg 103
“O ator deve ter um ponto de atenção e este ponto não pode estar no auditório” pg 110
“ Concentrar-se num foco de luz no meio da escuridão é relativamente fácil” pg 110
“O ator deve escolher o objeto de sua atenção no palco, na peça, no papel, e no cenário” pg 114 (obejto-próximo)
“Em caso de incerteza, decida por si. Pode errar, mas não hesite” pg 115
“Círculo de atenção: conjunto de pontos de atenção” pg 116
Solidão em público: o ator se encerra dentro de um círculo de atenção.
A atenção interior está diluída nos cinco sentidos
“Em cena, em qualquer pose ou posição corpora há três momentos: Primeira: tensão supérflua, que vem, inevitavelmente, a cada pose adotada e com a excitação de executá-la em público. Segunda : o relaxamento automático dessa tensão supérflua, sob ação do controlador. Terceira: a justificação da pose, quando por si mesma ela não convence o ator”
“É isto que devem fazer com os pedacinhos de papel: ensopá-los cada vez mais no molho das circunstâncias dadas: quanto mais seco for o papel, mais molho será necessário.”
“o Objetivo se divide como as unidades, que tem cada objetivo criador como foco”
“O nome certo que cristaliza a essência de uma unidade, descobre o seu objetivo fundamental. O objetivo deve empregar um verbo”
“Substantivo evoca um conceito intelectual de um estado de espirito, uma forma um fenômeno, mas só pode definir o que é apresentado por uma imagem, sem indicar movimento , ação” pg 161
“Cada vez que saía de cena e ia para os bastidores, eu parava de representar. A conseqüência foi que a linha lógica da minha ação física ficava interrompida. Nem em cena nem sequer nos bastidores o ator pode tolerar essas rupturas na continuidade da vida de seu papel. Elas criam lacunas. Estas, por sua vez, deixam-se preencher com pensamentos e sentimentos alheios ao papel” pg 182 (vida de um corpo humano)
Criar a vida física e espiritual do personagem
“Os atores , como os viajantes, acham muitos meios diversos para chegarem ao seu destino: há os que experimentam realmente, fisicamente, seus papeis, os que lhes reproduzem a forma exterior, os que adornam com os truques do ofício e atuam como se representar fosse uma profissão qualquer. Outros transformam o papel numa conferência seca e literária, e há os que se servem dele para se exibir vantajosamente aos seus admiradores” pg 186
“Esse sinaleiro é o seu senso da verdade, que colabora com o seu-senso-de-fé-no-que-está-fazendo, para mantê-lo na trilha certa” pg 186
“Também na vida rela, muitos dos grandes momentos emocionais são assinalados por algum movimento comum, pequeno, natural “ pg 186
Não elogiar o ator, mantê-lo em banho-maria
“Cheguem à parte trágica dôo papel sem estremeções dos nervos, sem sufocações, nem violência, e , sobretudo não o façam de repente” pg 189
“ Quando forem forçados a passar por uma tragédia não pensem de modo algum nas suas emoções: pensem naquilo que devem fazer”
“O que eu procurava em arte é algo natural, algo de organicamente criador, capaz de instalar vida humana em um papel inerte”
“preferem punhado de baixas verdades”
À ficção que nos ergue acima de nós
“O que sobe alto é a imaginação, o sentimento, o pensamento” pg 196
“O inesperado é uma alavanca eficienticssima no trabalho criador” pg 205
Memória emocional: são emoções que você revive ao representar. Memória das sensações: baseada nas experiências e ligada aos cinco sentidos. A vista e o ouvido são os mais sensíveis. Apenas os detalhes impressionantes ficam
“O tempo é um esplêndido filtro para os nossos sentimentos evocados. Além disto, é um grande artista. Ele não só purifica, mas também transmuta em poesia até mesmo as lembranças dolorosamente realistas” pg 212
Lembranças em movimento intenso
Não perder tempo com lembranças e inspirações que vieram uma vez e não vÊm mais, deixem que venham e vá embora.
“Nunca se perca no palco. Atue sempre em sua própria pessoa, como artista. Nunca se pode fugir de si mesmo. O instante em que você s e perde no palco marca o ponto em que deixa de verdadeiramente viver seu papel e o inicio de uma atuação exagerada e falsa” pg 216
“Nunca comece pelos resultados. Eles aparecerão com o tempo, como conseqüência lógica do que se passou antes” pg 225
“ Em caso de uma mem´ria de emoções muito fraca, o trabalho psicotécnico é ao mesmo tempo, amplo e complicado” pg 226
“Memória da emoção: presente principalmente na comunicação com outros seres humanos” pg 230
“Dar ou receber alguma coisa de um objeto , mesmo fugazmente, é um momento de intercâmbio espiritual” pg 237
Plexo solar?
“ O centro cerebral parecia ser sede da consciência, ao passo que o centro nervoso do plexo solar seria sede da emoção” pg 240
“Que tortura contracenar com um ator que olha para nós e vê outra pessoa, que fica o tempo todo a ajustar-se não a nós, mas a essa outra pessoa” pg 244
“”A platéia é para nós a acústica espiritual” pg 245
Stanislavski ap´rova: a autocomunhão, a comunicação com um objeto ausente ou imaginário, a comunicação direta com o objeto em cena e indireta com a platéia”
“Se os olhos são o espelho da alma, a ponta dos dedos são os olhos do corpo”
“A irradiação e a absorção das emoções devem ocorrer facilmente, livremente, sem qualquer perda de energia”
“Adaptação para significar tanto os meios humanos internos quanto extrenos, que as pessoas usam para se ajustarem umas às outras, numa variedade de relações e, também, como auxílio para afetar um objeto”
Forças motivas interiores: a imaginação (a mente), o pensamento, a vontade. Utilizá-los naturalmente para também criar outros. Deve haver equilíbrio”
“O ator vive, devora e ri e, o tempo todo está vigiando suas próprias lágrimas e sorrisos. È esta a dupla função, este equilíbrio entre a vida e a atuação que faz sua arte” pg 317
Tudo deve apontar para o superobjetivo
Todos os exercícios tem como finalidade estabelecer direção para o superobjetivo
Eterno moderno e momentêneo
“Acima de tudo conservem o superobjetivo e a linha de direta de ação. Desconfiem de todas as tendências estranhas e dos propósitos alheios do tema principal” pg 329
Três aspectos importantes do processo criador
1 – a garra interior de preensão
2 – A linha direta de ação
3 – O superobjetivo
“Não me procure para isso. Meu sistema nunca fabricará inspiração. Pode apenas preparar um terreno favorável a ela. Se eu fosse você, deixaria de correr atas desse fantasma, a inspiração. Deixe-o por conta daquela fada miraculosa, a natureza, e dedique-se aquilo que está nos domínios do controle humano e consciente” pg 331
“No primeiro período da elaboração consciente de um papel o ator busca, tateando, chegar à vida de sua parte, sem entender completamente o que se está passando nela, nele mesmo e em volta dele” pg 335
Procurar o super objetivo da peça no autor e nos atores
Como descrever tudo isso? È um misto de dor, revolta, humilhação e muito amor descompassado. Eu sei onde anda o teu pensamento, tentando se esconder do enfrentamento, do cara a cara com ele. Te vejo fugir dos dois. Escorregas até quando? È duro não representar nada, cruel não ser ninguém . Ser apenas outro entre tantos! E parece que desvias. Eu me sinto tão anti-poético ! Queria usar apenas símbolos, aqueles extremamente triviais para demonstrar o que sinto. Tipo coração espetado! Molho de chaves abandonadas. Eu queria apenas você perto. Como antigamente, sei lá! Se permita, nos permita apenas uma tarde na sementeira, como antes. Quando não havia a tua tatuagem, quando o teu piercing era outro, quando eu tinha medo e sonhos. Quando ainda silenciava, e era duro dizer “te amo” . Quando os olhos se encontravam vorazes e não se desgrudavam, e a maior ofensa era um “que foi?”. Me permita por algumas horas viver um sonho que não volta, me permita. Se permita. Porque apesar de tanto desprezo ainda há um pouco de vontade. Não acredito que tanta erva, ao invés de ter te deixado em brasa, enregelou seus sentidos. Não posso crer no teu não. Não posso crer que treme... Por medo de enfrentá-lo? Eu estou bancando o otário nessa história toda, não é mesmo? Eu peço para voltar, porque não quero recorrer aos teus erros. Erros que junto as minhas palavras derradeiras tornou um amor tão lindo: vulgar.